sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dicas de Leitura Enem 2015: Crise Hídrica e Desarmamento


As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam exigir do candidato boa desenvoltura em interpretação e análise crítica de textos de diversas áreas do conhecimento, muitas vezes, com temas relacionados a assuntos atuais e importantes para a sociedade dentro daquele ano. Esses textos podem aparecer tanto nos enunciados das questões, de todos os cadernos, e também na coletânea da redação como texto de apoio.
Os textos geralmente estarão relacionados com o aspecto teórico da questão, ou seja, o conteúdo estudado em uma ou mais disciplinas. Por isso, ao se manter atualizado e ler um determinado texto, é importante relacioná-lo com o que é aprendido no ensino médio, e tendo em mente que o conteúdo não virá isolado, mas aplicado em alguma situação real, o que podemos analisar em notícias, reportagens e artigos em geral.
O ponto chave é que o aluno perceba que no cotidiano as situações são interdisciplinares e que devemos interpretar um fato relacionando todos seus conhecimentos pré-adquiridos. Para treinarmos isso, o Portal InfoEnem irá trazer dicas de importantes textos a serem lidos e relacionados com o que você estudará no decorrer do ano em sua preparação para oEnem 2015.
Para começarmos, confira nossas indicações de hoje!

Crise hídrica

A crise de água, principalmente no Estado de São Paulo, tem sido um assunto muito discutido. Nessa matéria do sitePlaneta Sustentável, da Editora Abril, a situação foi analisada segundo o viés do reflorestamento, relacionando a situação do Sistema Cantareira com o Código Florestal de 2011, além de trazer várias explicações que envolvem conceitos das disciplinas de biologia e geografia.

Desarmamento civil

Há um grande debate na sociedade sobre a liberação ou não do uso de armas de fogo por civis. A Revista Galileu tem discutido esse tema com perspectiva científica, apresentando pesquisas para comprovar determinados argumentos. Essa leitura é útil tanto para se inteirar do assunto quanto para analisar dados científicos e perspectivas históricas e sociais, inclusive utilizando comparativos entre diferentes leis, como é o caso do Brasil, onde o armamento civil é proibido, e nos EUA, onde há liberação. Leia o primeiro artigo e aqui a continuação da discussão.

InfoEnem

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

22 Possíveis Temas da Redação do Enem 2015

Todos os anos, o infoEnem tem a tradição de trazer uma lista de possíveis temas para a redação daquela edição. Seguindo isso, apresentamos nossa indicação para o Enem 2015! Primeiramente, gostaríamos de lembrar que essa lista não é uma tentativa de adivinhar o tema oficial da redação, mas sim de contribuir para seu estudo de forma específica.
Nesse artigo você pode encontrar os temas da redação do Enem desde 1998 até 2014. Observando isso, percebemos que o exame sempre trabalha temas atuais de cunho social e relevância nacional.
Algo que acreditamos muito é que o treino é fundamental para o aprendizado. Unindo esse nosso ideal com a sabedoria das características específicas da redação do Enem, podemos ter certeza de que estudando e elaborando redações com os temas propostos abaixo, seu desempenho irá melhorar consideravelmente.

1. Diálogo entre ciência e sociedade

A ciência realiza novas descobertas frequentemente, o que possibilita melhorias e desenvolvimento de novas tecnologias. Entretanto, muitas vezes a sociedade não entende o método científico e muitas coisas são confrontadas com paradigmas culturais, morais ou religiosos. Para lidar com isso, é necessário haver comunicação entre o meio científico e a população.

2. Limites entre estética e saúde

Academia, dietas, cirurgias plásticas, anabolizantes etc. É grande a busca pelo corpo perfeito caracterizado por um padrão de beleza. Mas até que ponto a estética coincide com hábitos saudáveis? Conhece-se muitas doenças causadas por insatisfação corporal como anorexia, bulimia, depressão, compulsão alimentar e obesidade, além de consequências no convívio social como discriminação e baixa autoestima.

3. Novos modelos de educação

Há muitos debates ocorrendo sobre as problemáticas do sistema tradicional de ensino e novos modelos de educação para o século XXI, tendo em pauta os métodos de avaliação, uso de tecnologias, interação professor-aluno, formação crítica e social etc. Um recente documentário realizado no Brasil que ajuda na discussão desse tema é o “Quando sinto que já sei” que pode ser encontrado no Youtube.

4. Dificuldades da formação universitária

A formação universitária no Brasil encontra diversos obstáculos como financeiro (o alto valor das mensalidades em faculdades privadas, custeio de transporte ou residência, materiais didáticos, alimentação), psicológico (escolha de curso, afastamento de familiares e amigos, aumento de responsabilidades, inserção no mercado de trabalho), entre outros. Ao mesmo tempo, o Estado tem criado políticas públicas como Fies, Pronatec, sistemas de cotas, criação de novas universidades etc.

5. Conceito de família no século XXI

O projeto de Lei 6583 de 2013 cria o Estatuto da Família. Nesse texto, família é definida como união entre homem e mulher. A partir disso, muitas discussões têm sido feitas sobre o conceito de família atualmente, com o intuito de refletir sobre famílias formadas por mães ou pais solteiros, avós e tios, casais homossexuais, poligamia etc.

6. Justiça com as próprias mãos

Tema bastante polêmico em 2014 e que pode ser discutido com mais imparcialidade esse ano. O combate à violência através da justiça com as próprias mãos é válido? Definições de justiça, casos de linchamentos, rebeldia com a ordem e segurança públicas são alguns pontos que abordam essa temática.

7. Obsolescência programada

Esse conceito significa a diminuição da vida útil de equipamentos com o intuito de incentivar a compra de novos produtos ou versões atualizadas. Rodeio esse tema a questão do consumismo exacerbado, resíduos eletrônicos, responsabilidade e consciência social do consumidor. Um documentário sobre esse assunto também pode ser encontrado no Youtube e ajuda no entendimento.

8. Trânsito em grandes metrópoles

Grandes cidades têm tido cada vez mais problemas com o trânsito. Muitos pontos podem ser discutidos nessa temática como a preferência dos cidadãos por transporte público ou individual, poluição causada por muitos carros, poluição sonora (buzinas em congestionamento), via exclusiva para ônibus, ciclovias, tempo gasto diariamente entre trabalho e residência, atraso nos horários e superlotação em ônibus, trens e metrôs, greves dos funcionários de transportes públicos, preços das passagens, catraca livre etc.

9. Voluntariado e transformações sociais

O trabalho voluntário no Brasil tem passado por uma transformação. Não se pensa mais no voluntariado como assistencial (doação de roupas, alimentos e agasalhos, por exemplo), mas como uma tentativa de mudança social, através de medidas inclusivas e de impacto. Outro ponto a ser considerado é a valorização que as empresas fazem de candidatos e funcionários que realizam trabalhos voluntários, assim como próprios projetos sociais realizados pelas empresas para contribuição à sociedade ou marketing.

10. Liberdade de expressão e mídia

Tema bastante atual, a liberdade de imprensa tem sido muito discutida, principalmente após o ataque à revista francesa Charlie Hebdo no início desse ano. Pode-se refletir sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito às diferenças ou respeito à verdade.

11. Consumo de álcool e droga por adolescentes

Por lei, o consumo de álcool é proibido por adolescentes. Entretanto, é crescente o uso não só de bebidas alcoólicas mas também de drogas lícitas e/ou ilícitas entre os jovens, como cigarro, maconha, cocaína, LSD etc. As razões e consequências desse ato podem servir como base para a discussão do tema.

12. Limites entre humor e bullying

Os limites do humor é algo que tem chamado bastante atenção atualmente por causa de diversos processos a comediantes do Brasil como Rafinha Bastos, Danilo Gentili etc, e o constante uso de discriminação das minorias para fazer piada. A responsabilidade social do comediante foi discutida no excelente documentário de Pedro Arantes, “O riso dos outros”, encontrado no Youtube.

13. Desigualdade étnica e de gênero

O Brasil é um dos países com maior desigualdade do mundo e entre muitos tipos de desigualdade, a étnica e a de gênero costumam ser as mais discutidas, assim como os preconceitos gerados por essa situação, respectivamente, racismo e machismo. Os direitos conquistados, as lutas e reivindicações e as políticas públicas são alguns pontos que merecem ser estudados para entender a causa e argumentar com clareza.

14. Gestão de resíduos urbanos

Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A gestão de resíduos ainda é um tema bastante em alta devido à enorme quantidade de lixo produzido anualmente no Brasil. Coleta seletiva e logística reversa são alguns dos termos importantes de serem entendidos. Para conhecer mais sobre a lei e sua importância na sociedade, pode ser consultada a explicação no site do Ministério do Meio Ambiente.

15. Saúde pública

Problemas no Sistema Único de Saúde (SUS) como falta de médicos, atrasos, grandes filas de espera e falta de equipamentos são possíveis de serem tratados em uma dissertação. O tema também é bastante atual devido ao programa de governo Mais Médicos que trouxe médicos de outras nacionalidades (cubanos) para atuar no Brasil com o intuito de amenizar os problemas na saúde pública.

16. Abuso em trotes universitários

Todo ano, vários casos de abuso em trotes universitários são noticiados. Esse ano, um dos casos mais alarmantes foi de uma jovem que teve a perna queimada por ácido. O fator psicológico dos jovens recém inseridos no ensino superior também é pauta nessa discussão. Leia mais sobre esse tema nessa coluna.

17. Tráfico de drogas e violência urbana

A correlação entre o tráfico de drogas e a violência urbana, principalmente em favelas, é muito propício de discussão. Esse tema foi recentemente abordado nos filmes Tropa de Elite (1 e 2) e é sempre mencionado quando se debate sobre Legalização da Maconha, já que o combate às drogas é um dos fatores que mais causam violência e conflito entre policiais e civis no Brasil.

18. Uso da água na economia brasileira

O Estado de São Paulo passa por uma intensa crise hídrica e isso tem colocado a água no centro de grandes discussões. Uma das possibilidades de tema envolvendo a água é a sua importância em diversas atividades econômicas no Brasil como a agroindústria e a geração de energia elétrica através de hidrelétricas.

19. Saúde feminina na gravidez

A preocupação com a saúde da mulher durante a gravidez é um bom tema de redação pois nele podemos tratar várias problemáticas presentes na sociedade brasileira como o aborto não legalizado que fere e mata milhares de mulheres por ano, os maus tratos nos hospitais durante abortos espontâneos ou nos partos. O tema também é atual por causa da recente resolução que limita a quantidade de cesáreas que podem ser realizadas, o que é uma intervenção do Estado na escolha da mulher.

20. Sustentabilidade nas empresas

O termo sustentabilidade está bastante em alta no Brasil com a crescente preocupação com o meio ambiente. Nesse contexto, as empresas precisam atuar coincidindo a busca por lucros com o cuidado ambiental. Políticas empresariais e marketing verde são os pontos de destaque nessa discussão.

21. Intolerância religiosa

Novamente, o ataque à revista Charlie Habdo pode exemplificar o tema. Mas muito mais do que um caso isolado, a intolerância religiosa é grande tanto no Brasil como em outros países. Ao debater esse tema, precisamos lembrar da laicidade do Estado e do respeito aos diferentes tipos de crenças e rituais religiosos, podendo destacar, no caso do Brasil, o grande preconceito existente com religiões de origem africana.

22. Ativismo em redes sociais

Cada vez mais, as redes sociais têm sido usadas para estar em contato com a política e com movimentos sociais. Eventos são criados para marcar protestos, projetos de leis polêmicos facilmente viram virais e reivindicações têm sido feitas através de abaixo-assinado online. Essa nova forma de participação política e suas causas e consequências na sociedade é um bom tema de pesquisa e escrita.

InfoEnem

Como Escrever Uma Redação Sem Distrações


Atualmente, vivemos em um mundo bombardeado de informações. Com o advento da internet, a maioria da população tem acesso ao o que está acontecendo ao seu redor e em lugares distantes por meio do computador, do tablet e do celular e, às vezes, desconectar-se para estudar, por exemplo, é muito difícil, já que tudo isso é muito atraente.
Obviamente que estar conectado ao mundo, deste modo, é de fundamental importância para todos nós e, especialmente, para os candidatos do Enem, já que o Exame Nacional do Ensino Médio traz em suas questões e na sua proposta de redação temas atuais e relevantes para a sociedade brasileira.
No entanto, no momento de escrever uma redação, após a pesquisa e o aprofundamento do tema, é necessário um tempo sem distrações. Em outras publicações, afirmamos que há dois momentos de se escrever um texto: o primeiro, sem pressa, pesquisando e debatendo a proposta de redação com professores e amigos e, o segundo, simulando o dia do Enem, por exemplo, controlando o tempo para se escrever o rascunho e para passar a limpo o texto na folha oficial.
Para estas simulações ocorrerem da melhor maneira possível, como se fosse realmente o segundo dia de prova do Enem no qual há a aplicação da proposta de redação, o candidato deve estar concentrado e, portanto, não pode se distrair. As distrações atrapalham muito o rendimento, tanto no estudo quanto no trabalho e para o candidato trabalhar sobre isso indicamos o uso da técnica Pomodoro.
redação_distraído
A técnica Pomodoro foi criado por um italiano no final da década de 80 a partir da observação dos timers usados nas cozinhas em forma de tomates; por isso o nome Pomodoro – tomate em italiano. Os pomodoros ou timers são programados para soarem um alarme quando o tempo selecionado para se assar um bolo, por exemplo, acabar; deste modo, quem está assando o bolo é avisado de que pode desligar o forno.
Ao levar esta técnica da cozinha para o escritório, seu criador objetivou evitar distrações de uma maneira muito simples. Os Pomodoros são períodos de 25 minutos que devem ser aproveitados para estudar ou trabalhar em uma tarefa de forma ininterrupta; entre um período e outro (entre um Pomodoro e outro) deve haver uma pausa rápida de até 5 minutos que devem ser aproveitados para beber água, ir ao banheiro, tomar um café etc. Ao completar quatro períodos ou quatro Pomodoros, a pausa deve ser mais longa, de até 30 minutos, na qual algo que dê prazer possa ser feito, ou seja, para que haja uma recompensa por todo o tempo estudado ou trabalhado.
Para começar a utilizar a técnica Pomodoro, é preciso, primeiramente, listar todas as tarefas que devem ser realizadas no dia de acordo com as suas prioridades; é importante definir quais tarefas são mais importantes e/ou demandam mais tempo. Feito isso, controle-se para não ser distraído por fatores externos, como por exemplo, notificações de redes sociais no computador e no celular, televisão e outras distrações. Um ambiente bem iluminado e silencioso é fundamental.
Então, um celular, um relógio ou um timer deve ser ajustado em 25 minutos e o estudo ou trabalho deve começar. Caso, durante um Pomodoro, uma ideia surja, esta deve ser anotada para ser desenvolvida posteriormente, em outro Pomodoro; já se a tarefa selecionada acabe antes do término dos 25 minutos, este tempo restante deve ser aproveitado para realizar tarefas mais rápidas, como por exemplo, responder a um e-mail.
Esta técnica pode ser utilizada pelos candidatos do Enem e de outros vestibulares para estudar, além da redação, todas as outras disciplinas treinando a concentração e o empenho contínuo em cada tarefa. Além disso, por meio do Pomodoro, é possível verificar quanto tempo é gasto ao se escrever uma redação, por exemplo e controlar esta fator pensando no dia do exame.

infoEnem

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Novo Padrasto


O  padrasto chega para criança e pergunta:
- Ei, meu filho, você sabe me dizer quantos namorados, este ano, sua mãe já teve antes de mim?
- Sei não...
- Então, você não sabe contar?!
- Contar eu sei, mas só até cem.

JSC

Análise do Poema José


"Não existe vento favorável para aquele que não sabe para onde vai." - Arthur Schopenhauer




José 

Carlos Drummond de Andrade 


E agora, José? 
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já  não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua bilbioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
 
Carlos Drummond de Andrade

Análise:
O poema José mostra-se com uma visão pessimista do cotidiano. Seu tema central  é a solidão do homem, sua falta de espaço; revela uma profunda angústia pela vida.
Inicialmente, observamos que a alegria e a felicidade já existiram, mas agora, "a festa acabou". Em seu lugar ficou a escuridão, o frio, o abandono: José está só.
"E agora, José? A festa acabou" (A alegria se foi... situação de perda), "a luz apagou" (escuridãotrevas), "o povo sumiu" (solidão, abandono), "a noite esfriou" (noite e frio não só no ambiente físico, mas também na alma, na vida de José.]
As interpelações, cada vez mais repetidas, ganham maior intensidade e significação, pois reforçam a situação do homem que já não tem ambiente.
"José" é a metonímia do próprio autor e/ou de um povo, cuja situação é repetida dia a dia, pois não há destino certo: na escuridão, sem amigo e sem abrigo. O poema José é simbolo de uma época de massificação, de uma "época de objetos e não de sujeitos". (Sant'anna).
"José" é um heterônimo do autor. É  capaz de amar, de ser irônico, pois , "zomba dos outros", faz versos, mas que ironia: é desconhecido; vive no anonimato; "José" não tem sobrenome, não se sabe de onde veio nem para onde vai. "Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta?" Apesar do anonimato José não é um alienado; ele ama, é irônico, escreve e protesta. Ele não é  indiferente aos acontecimentos sociais. Seu anonimato e solidão não são opcionais foram-lhe impostos. Não foi José quem acabou com a festa, apagou a luz, ele não escolheu o anonimato, uma vez que faz versos  e protesta, não se recolheu para amargar a solidão: foi o povo que sumiu.
"José" é carente de tudo: "está sem mulher", "está sem carinho". Diante  do abandono, sem mulher, sem carinho, José não encontra nem palavras: "está sem discurso".  A sua situação só se agrava, ele não pode recorrer nem a um paliativo, realizando uma fuga  através do cigarro e da bebida: ele não pode refugiar-se na bebida ou em qualquer vício. 
É muito significativa a colocação dos verbos em face às coisas da vida. Até suas esperanças frustraram-se, pois, "o dia não veio", a vinda de um novo dia significa novas oportunidades, mas para José ele não veio. O bonde e o riso não vieram; nem mesmo de mentiras ou de ilusões ele pode viver. O autor passa um sentimento de quem perdeu a hora certa  de agir, de lutar:  "tudo mofou" "acabou", "fugiu"., não há esperança de recuperação, apenas um vazio de tudo.  Tudo é rotina e monotonia. Não pôde realizar-se como pessoa humana, pois está só; ele se expressou através de seus versos e protestos mas quando percebe "tudo acabou", tudo fugiu", tudo mofou". "E agora, José?" ,
Encerrando em si antíteses, José é marcado por sentimentos opostos, conflitos que não conduzem à solução. É uma pessoa apegada às coisas materiais, representadas aqui pelas palavras "gula, (alimento) lavra de ouro, (riqueza) biblioteca (conhecimento)",   mas que tem incoerências, e apresenta grande fragilidade e vulnerabilidade: representadas por seu terno de vidro.
"José" sente-se impossibilitado de agir. Tudo lhe parece inútil e desprovido de significado. "Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta;"  Frente à sua frustração e desesperança, José quer morrer no mar, mas nem isso lhe é permitido porque  não existe mar no qual possa morrer.   Sente-se encurralado, não pode nem morrer. Quer voltar para Minas que é seu ponto de equilíbrio, "Minas não há mais", ou seja,  Minas dos seus sonhos, da sua infância mudou e José também.
Mas José deveria reagir, manifestar-se. Deveria gritar, gemer, cansar, dormir, morrer, mas não morre. José é  duro na queda. Feito de ferro, talvez o mesmo ferro que nutre Itabira, terra do autor. José assume uma extrema passividade.
Totalmente acuado, "sozinho no escuro qual bicho-do-mato" a ele resta a solidão e o abandono, já que José não tem nem a fé religiosa para se refugiar "sem teogonia". Não tem onde se apoiar "sem parede nua para se encostar"  Também não tem  recursos para fugir"sem cavalo preto que fuja a galope," sem destino  ele ainda assim não pára continua sua marcha  sem rumo. "Você marcha José! José, para onde?
José é um poema de desencontros, marcado por um profundo ceticismo. O homem não  encontra a si mesmo. Perdeu-se. Está encurralado, num verdadeiro beco sem saída. Sem qualquer direção ele prossegue: para onde, José?
O poema de Carlos Drumond de Andrade aplica-se aos milhares de "Josés" que transitam pela vida sem serem notados, ouvidos ou vistos. Aos "Josés" condenados pela sociedade à solidão e ao anonimato, que não tiveram nenhuma oportunidade de se realizar como homem. Que gritam, protestam, amam, mas têm seu grito sufocado pela indiferença, seu protesto ignorado e seu amor não correspondido, mas que continuam se arrastando pela vida sem saber onde vão chegar.

Análise realizada em cumprimento  às exigências da disciplina -  Literatura Brasileira - Prof. Carlos Lacerda na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caratinga - FAFIC  - 1982 pela Equipe:
Cleuza
Conceição
Mara e
Rose 

5 Critérios Que Toda Redação Deve Atender


Agora sim, após o Carnaval, 2015 começou. As aulas nos colégios regulares começaram no início do mês de fevereiro, mas os cursinhos voltarão à rotina na próxima semana e, assim, é dada a largada para os estudos para o Enem 2015.
Em relação a prova de produção textual, é fundamental que o candidato tenha em mente, durante todo o ano, cinco critérios que toda dissertação-argumentativa deve atender: adequação à proposta; tipo textual; coerência; coesão e modalidade.
O critério adequação à proposta diz respeito ao nível de leitura e de interpretação da proposta de redação e o seu respectivo desenvolvimento. Deste modo, o candidato deve buscar compreender completamente o que a proposta de redação está pedindo e, portanto, atendê-la e não fugir do tema e sim mostrar entendimento da sua complexidade. Além disso, deve haver um projeto de texto organizado e planejado pelo qual o candidato revela seu repertório cultural.
Já o critério tipo textual refere-se ao cumprimento da estrutura e dos objetivos do tipo textual requerido pela proposta de redação. O candidato deve estudar a dissertação-argumentativa a fim de compreender a sua organização estrutural e as suas características discursivas para escrever um texto autoral e autônomo.
O critério da coerência, por sua vez, é importante, pois aborda as relações lógicas internas e externas à redação. As relações de sentido devem estar de acordo com as coerências internas e externas ao texto, isto é, a dissertação-argumentativa deve ser verossímil e não pode conter contradições.
O quarto critério, o da coesão, fundamenta-se em dois aspectos: na leitura do texto e nos elementos coesivos (pontuação, pronomes, advérbios, verbos, conectivos, preposições etc). Neste critério, o candidato deve demonstrar o maior domínio possível destes recursos coesivos com um encadeamento progressivo entre todas as partes do texto, desde as frases até os parágrafos (paragrafação).
E, finalmente, o critério da modalidade também fundamenta-se em dois aspectos: vocabulário e uso da linguagem (concordância verbal e nominal, acentuação, ortografia, uso da crase etc). O candidato deve demonstrar um vocabulário amplo e diversificado e precisão vocabular, ou seja, deve saber empregar, corretamente, os vocábulos. Em relação ao uso da linguagem, deve haver o maior domínio possível deste aspecto; quanto menos desvios, maior será a nota da redação, principalmente no Enem.
Estes cinco critérios são de extrema importância para quem está estudando e se preparando para vestibulares e para o Enem e para demais provas que requerem, nas suas propostas de redação, dissertações-argumentativas. É fundamental que, ao longo de todo este ano, o candidato os tenha em mente ao ler e escrever suas propostas de redação.


InfoEnem


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Teste Seu Espanhol – Questão do Enem


Enem 2014 – Opção Espanhol – Qestão 91
Aunque me cuesta mucho trabajo y me hace sudar la gota gorda, y, como todo escritor, siento a veces la amenaza de la parálisis, de la sequía de la imaginación, nada me ha hecho gozar en la vida tanto como pasarme los meses y los años construyendo una historia, desde su incierto despuntar, esa imagen que la memoria almacenó de alguna experiencia vivida, que se volvió un desasosiego, un entusiasmo, un fantaseo que germinó luego en un proyecto y en la decisión de intentar convertir esa niebla agitada de fantasmas en una historia. “Escribir es una manera de vivir”, dijo Flaubert.
Discurso de Mario Vargas Llosa al recibir el Premio Nobel de Literatura 2010. Disponível em: www.nobelprize.org. Acesso em: 7 maio 2014 (fragmento).
O trecho apresentado trata do fazer literário, a partir da perspectiva de Vargas Llosa. Com base no fragmento “me hace sudar la gota gorda”, infere-se que o artifício da escritura, para o escritor,
a) ativa a memória e a fantasia.
b) baseia-se na imaginação inspiradora.
c) fundamenta-se nas experiências de vida.
d) requer entusiasmo e motivação.
e) demanda expressiva dedicação.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa E
“Sudar la gota gorda” é uma expressão idiomática em espanhol, utilizada para indicar algo que precisa de um esforço maior. É similar da expressão “suar a camisa”, em português, a qual se diz quando um trabalho pesado é feito. Se o candidato não conhece essa expressão, pode se confundir, no texto, com a letra “D – requer entusiasmo e motivação”, devido ao fato de o escritor mencionar que, algumas vezes, possui problemas de imaginação. Deve-se aqui, entretanto, focar na expressão idiomática em si.

InfoEnem 

Inglês ou Espanhol: Qual o Melhor Idioma Para o Enem 2015?


O caderno de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias do Enem 2015 é constituído de 45 questões. Dessas, 5 questões são de Língua Estrangeira. Na inscrição para o Exame, o candidato tem a liberdade de escolher se deseja fazer as 5 questões de inglês ou as 5 questões de espanhol. As questões não são as mesmas, com apenas o idioma modificado. São questões diferentes, mas de mesmo nível de dificuldade.
O que pode ser uma felicidade para alguns, para outros é um ato de indecisão e preocupação. Se você é fluente ou tem um estudo relativamente avançado em um dos dois idiomas, a escolha é bem fácil. Mas para quem não tem domínio por Inglês nem Espanhol, vale a pena considerar algumas coisas antes de tomar essa decisão.

Origem da linguagem

Muitas pessoas pensam que o Espanhol é mais fácil por ser um idioma mais “próximo” do Português. Essa “proximidade” que tanto falam trata-se da origem da linguagem. O Português e o Espanhol têm origem românica e, por isso, possuem uma gramática mais parecida. Por exemplo, em ambos os idiomas, há conjugação dos verbos. Já no Inglês, idioma de origem anglo-saxônica, podemos dizer que o tratamento dos verbos é mais simples, pois há a utilização de verbos auxiliares para indicar o tempo e o modo verbal.

Palavras cognatas

inglês ou espanhol EnemDuas palavras de idiomas diferentes são cognatas quando apresentam igual ou semelhante grafia. Vejamos alguns exemplos de cada idioma. Entre Português e Inglês temos: different = diferente,other = outro, regular = regular, e muitos outros. Entre Português e Espanhol, alguns exemplos são: aire = ar, verdad = verdade, trabajo = trabalho.
Porém, existem os falsos cognatos que são as palavras de igual ou semelhante grafia, mas com significados muito distintos. O perigo de traduzir um cognato de maneira errada existe tanto no Espanhol como no Inglês. Entretanto, acredito que no Espanhol, isso se torna mais perigoso por causa da fama desse idioma ser parecido com o Português, de ter vocabulários parecidos e de fácil tradução. É o famoso “pero que si pero que no” que muitos brasileiros brincam ao afirmar “Espanhol? Sei me virar!”.
Vejamos alguns exemplos de falsos cognatos. Primeiramente, no Inglês: actually = realmente, charge = cobrar, come = entrar, lunch = almoço, relatives = parentes, tax = imposto. No Espanhol: abonar = pagar, borracha = bêbada, cadera = quadris, conozco = conheço, grasa = gordura, pipa = cachimbo.

Convívio com o idioma

Outro fator que vale a pena considerar para decidir em qual idioma realizar as questões é o convívio que você tem ou já teve durante toda sua vida com cada língua. Filmes legendados, músicas internacionais, viagens, aulas na escola (ensino fundamental e/ou médio), tudo isso deve ser considerado. Mas lembre-se de que, no Enem, o que importa não é o seu nível de comunicação no idioma, ou seja, conseguir falar ou entender o que foi dito naquela língua, mas sim seu nível de interpretação. Quanto mais palavras souber traduzir, mais fácil ficará para interpretar os textos dos enunciados das questões.

InfoEnem

Teste seu Inglês – Questão do Enem


If You Can’t Master English, Try Globish
PARIS — It happens all the time: during an airport delay the man to the left, a Korean perhaps, starts talking to the man opposite, who might be Colombian, and soon they are chatting away in what seems to be English. But the native English speaker sitting between them cannot understand a word.
They don’t know it, but the Korean and the Colombian are speaking Globish, the latest addition to the 6,800 languages that are said to be spoken across the world. Not that its inventor, Jean-Paul Nerrière, considers it a proper language.
“It is not a language, it is a tool,” he says. “A language is the vehicle of a culture. Globish doesn’t want to be that at all. It is a means of communication.”
Nerrière doesn’t see Globish in the same light as utopian efforts such as Kosmos, Volapuk, Novial or staunch Esperanto. Nor should it be confused with barbaric Algol (for Algorithmic language). It is a sort of English lite: a means of simplifying the language and giving it rules so it can be understood by all.
BLUME, M. Disponível em: www.nytimes.com. Acesso em: 28 out. 2013 (fragmento).
Considerando as ideias apresentadas no texto, o Globish (Global English) é uma variedade da língua inglesa que
a) tem status de língua por refletir uma cultura global.
b) facilita o entendimento entre o falante nativo e o não nativo.
c) tem as mesmas características de projetos utópicos como o esperanto.
d) altera a estrutura do idioma para possibilitar a comunicação internacional.
e) apresenta padrões de fala idênticos aos da variedade usada pelos falantes nativos.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa D
Agora no seu papel de motivador à comunicação global, o Enem traz à tona o Globish. Um passo à frente do “International English”, o Globish trata de ser uma versão ainda mais simplória do inglês que o próprio “International English”.
Seu criador – Jean-Paul Nerrière – diz não se tratar de um idioma, mas uma simplificação do inglês com regras acessíveis que pode ser compreendida por todos.
Questão de interpretação simples, porém com vocabulário um pouco mais exigente.
Vocabulário chave:
  • Means of communicaton – meio de comunicação
  • A means of symplifying the language – um meio de simplificar o idioma
  • Giving it rules so it can be understood by all – dando regras que podem ser entendidas por todos.
InfoEnem

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sonho

Nas estradas deste estado falido
Coitado dos visitantes e moradores,
Andar de carro é seu inimigo;
 Buracos infinitos pros caminhoneiros,
Coitado dos alunos e professores,
Escolas sem banheiro;
Mas há gente interesseira:
Escola de um só aluno,
 Merenda de terceira...
Mas, tudo isso já passou
Tenho pra ti um bom recado:
Depois de tanto tempo
 Entrou no palácio um professor,
Nosso governador;
E tudo  que era antes ruim melhorou.
Na seca ninguém passa fome,
Há muitos carros-pipa
Pr’ajudar  a gente,  homem;
E pros bichos, não  falta comida no cercado.
Ele agora é novamente candidato.
Aquela tristeza passou.
Temos também ajuda de trator
Que para as prefeituras doou.
Todos os filhos dos vizinhos
Vão pra escola em ônibus novinho.
O progresso, com estradas asfaltadas, chegou .                                        
Com todo esse sucesso,
Ninguém quer   mais retrocesso.
Volte pra casa, meu irmão...
Governador que é governador
Faz assim, vá arrumar as
Malas e volte logo pra aqui.  

JSC




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Temas Redação do Enem 2015: Trotes Universitários Violentos

Na coluna do InfoEnem sobre a redação do Enem de hoje trataremos de um tema que, infelizmente, tem ocupado as páginas policiais de jornais e portais de notícias na internet: os trotes universitários violentos. Com as matrículas nas universidades federais, estaduais e particulares no início do ano, este tema volta à tona e torna-se, anualmente,relevante, mas neste ano esta relevância aumentou, já que está sendo realizada a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Trote Universitário instalada na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo.
trote1A CPI do Trote Universitário foi instaurada no dia 17 de dezembro de 2014 pelos deputados estaduais de São Paulo com o intuito de apurar violações aos direitos humanos em trotes promovidos por alunos veteranos de universidades do estado. Desde então, autoridades universitárias, como os reitores das universidades estaduais paulistas (USP, UNICAMP e UNESP) e diretores das faculdades e institutos destas respectivas instituições, assim como alunos estão sendo ouvidos em depoimentos. Dados do serviço do disk trote da USP foram requeridos pelos deputados a fim de serem investigadas denúncias.
Os trotes realizados pelos alunos veteranos que recepcionam os alunos calouros, aqueles que acabaram de entrar na universidade, deveria ser uma brincadeira saudável na qual todos se divertem e se conhecem, mas há muito tempo temos visto casos de violência, abuso e desrespeito.
A história dos trotes começa na Idade Média, quando os calouros eram colocados nos vestíbulos (daí a origem da palavra “vestibular”) que antecediam a sala de aula. Neste cômodo, eles tinham os cabelos raspados por medida profilática 1, pois havia a possibilidade de propagação de doenças, sobretudo da peste. Pintar os calouros, fazer pedágios nos cruzamentos das cidades para angariar dinheiro para festas e cortar os cabelos eram etapas conhecidas pelos alunos, mas recentemente denúncias de trotes violentos, humilhantes e vexatórios têm sido cada vez mais comuns. É comum, neste época do ano, lermos notícias de casos de queimaduras com ácidos, agressões físicas que acabam em lesões e humilhações com cunho racista e sexual.
trote2No caso da CPI instalada no fim de 2014, o foco está nas faculdades de medicina das universidades públicas e privadas de São Paulo, pois são delas o maior volume de denúncias e as mulheres são as depoentes em maior quantidade, relatando casos de assédio sexual e de estupro. Calouras relatam que em festas promovidas por veteranos foram forçadas a consumir, em grandes quantidades, bebidas alcoólicas e foram assediadas e estupradas; outras narram tentativas frustradas de violência sexual e afirmam terem sido caladas por coordenadores de curso e professores.
Estes fatos deixam de ser um ritual tradicional e passam a configurar crime. Segundo Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, professor do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura (Esalq/USP), “não tem nada a ver com tradição; a questão do trote é relação de poder. Um grupo político disputa o controle da situação. O menino que vai para a rua pedir dinheiro [nas brincadeiras de pedágio] é o soldado raso em uma hierarquia que tem general”. O especialista é autor de vários livros e estuda o tema desde 2001. “Ao longo do ano vejo o aumento da violência, e não da consciência.2
O professor esteve presente na CPI no último dia 21 de janeiro e afirmou que “há um tipo de personalidade masculina, que bebe, que arruma briga, que maltrata mulheres”. Antonio ainda defendeu o afastamento da cultura universitária deste tipo de problema.
A UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, já pune em seu regimento interno qualquer tipo de trote, inclusive a pintura corporal e o corte de cabelo, pois as considera práticas constrangedoras; o pedágio também é proibido, já que é uma atividade que coloca em risco os estudantes. De acordo com a instituição, o trote é proibido dentro e fora dos campus e os alunos envolvidos estão sujeitos a sanções acadêmicas3.
Além do trote, outro problema descrito pelas vítimas é a atitude das autoridades acadêmicas que, segundo elas, não as apoia em nenhum momento. Apesar de existirem queixas formais, muitas mulheres relatam que não receberam nenhum tipo de ajuda ou respaldo dos coordenadores de curso e dos reitores. O caso do calouro de medicina da USP morto em um trote em 1999, Edsion Hsueh, afogado em uma piscina, confirma a impunidade, já que seus algozes ficaram presos por um tempo, mas já sairiam, se formaram e exercem a medicina normalmente.
Conclui-se que o que vemos hoje é uma cultura do trote machista, violento e humilhante nas mais renomadas universidades paulistas para as quais é preciso estudar muito arduamente para ser aprovado em seus vestibulares, principalmente em se tratando do curso de medicina. Assim, temos a confirmação de que, no Brasil, existe a cultura do estupro em todos os segmentos da sociedade.
Tendo a prova de redação do Enem em mente, podemos relacionar o tema dos trotes ao tema da violência contra a mulher, ao machismo, às relações de poder, a questão da relevância de fazer parte de um grupo etc. Além disso, pensando na proposta deintervenção social, o candidato deve elaborar soluções viáveis para esta problemática tão grave, como punições acadêmicas (expulsão, por exemplo, dos autores dos trotes) e criminais (detenção, por exemplo), campanhas de conscientização, fiscalização por parte das universidades, incentivo às denúncias e amplo apoio às vítimas em termos de segurança e bem-estar.

  1. Profilática: 1 – relativo a profilaxia; 2 – que serve para previnir doenças, preventiva. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
  2. Disponível em http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/trote-universitario-nao-e-tradicao-e-relacao-de-poder-diz-especialista.html (adaptado).
  3. Disponível em http://www.sae.unicamp.br/blog/calouros/.
 Infoenem

Não Fui Aprovado Com Minhas Notas do Enem. E agora?


Um dos pensamentos que mais atrapalham vestibulandos é o “não quero perder um ano”. Geralmente, essa expressão é utilizada quando o estudante não foi aprovado no final do ensino médio e irá fazer cursinho pré-vestibular, ou quando já fez e precisará de mais um ano. Entretanto, como deve desconfiar, a mensagem contida em “perder um ano” é totalmente negativa.  E toda a negatividade da expressão é atribuída ao novo ano de estudo e aprendizagem. Você realmente acredita que esse seja um ano perdido?
Acreditando ou não, o fato é que não é. Aliás, bem longe disso! Duvida? Pergunte para algumas pessoas que já se formaram no ensino superior sobre suas experiências no cursinho pré-vestibular. Certamente irá se espantar com a quantidade de ótimas lembranças que serão reveladas à você!
Logo, esse pensamento deve mudar. Se você não foi aprovado nos processos seletivos deste ano, você tem todo o direito de ficar triste. Não é esse meu ponto. Não invente desculpas para a desaprovação. Enfrente a realidade e lide com seu sofrimento. Mas o choro deve durar pouco se você está de olho na aprovação do próximo vestibular!
Um ano a mais de estudo tem várias vantagens! E muitas delas você só irá perceber depois. Um ano passa rápido, mas muitas coisas acontecem e é um período muito útil para amadurecer. O primeiro amadurecimento garantido é aprender a lidar com erros e desaprovações, ou seja, aprender a ouvir “não” e não desistir do que você realmente quer só porque tem um “caminho mais fácil”.
A partir daí, novos aprendizados irão surgir conforme você tem novas experiências. Veja esse tempo como oportunidade para adquirir mais autoconhecimento, conhecer suas limitações, se tornar mais confiante, menos ansioso etc. Com isso, você também terá ganho mais tempo para ter certeza do curso que irá prestar e seguir. Muitos estudantes, ao final de um ano a mais de estudos, descobrem novos gostos, cursos ou faculdades. Além de tudo isso, é claro, a maior oportunidade mesmo é aumentar seu leque de conhecimento.
Portanto, tire essa bobagem da cabeça que um ano de estudo é “perda de tempo”! O momento é de começar planejar esse novo ano de estudos o mais breve possível! Para isso, é recomendável que você “quantifique” seu conhecimento atual e compare-o com o conhecimento necessário para ser aprovado. Depois, é importante conseguir um material que realmente transforme você num especialista no exame . Por fim, muito estudo e dedicação para transformar o “ano perdido” num dos melhores de sua vida!

InfoEnem

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Como Elaborar Uma Dissertação Argumentativa


Não sabe como começar sua dissertação argumentativa? Começou, mas travou no desenvolvimento? Não consegue concluir sua redação? Veja como solucionar o problema neste artigo.
Percebo que grande parte dos alunos tem as mesmas dificuldades quando se trata de uma dissertação argumentativa: não sabem como começar, travam no meio do desenvolvimento e se perdem na conclusão. Com intuito de sanar essas dificuldades, criei um “esqueleto” de redação que, se feito previamente e seguido, ajuda o aluno a manter uma sequência lógica das ideias.
Vejamos:
Tema: A exploração sexual infantil no mundo virtual.

Esqueleto
O que é? Como isso ocorre? ( Faça a pergunta se referindo ao tema e dê, por escrito, uma resposta)
Exemplo: A exploração sexual infantil no mundo virtual é o abuso sexual feito pela internet, geralmente através de redes sociais. Isso ocorre devido ao avanço tecnológico e a facilidade de acesso que as crianças possuem a esses meios de comunicação.
Depois, apresente 2 ou 3 argumentos ( opiniões impessoais) sobre o tema:
  • Argumento 1 : as crianças e adolescentes estão passando muito tempo conectadas na internet.
  • Argumento 2: os pais não tem controle sobre o que os filhos fazem no mundo virtual.
  • Argumento 3: as fotos, selfies, podem ser um prato cheio para os pedófilos de plantão.
Conclusão: apresente soluções para esse problema. Exemplo: os pais vistoriarem sempre o que os filhos fazem na internet, conversar abertamente com as crianças sobre os riscos de fotografias expostas na rede e ressaltar o velho ditado: nunca converse com estranhos ( mesmo se ele disser ter a mesma idade sua).
Feito isso, o seu esqueleto está pronto e agora é hora de dar um corpo a ele! Você o seguirá para fazer sua redação. No primeiro parágrafo, de introdução, você deve levar em consideração as respostas dadas às perguntas do esqueleto, pode até mesmo copiar essa resposta e introduzir nela os dois ou três argumentos.
Exemplo:
A exploração sexual infantil no mundo virtual é o abuso sexual feito pela internet, geralmente através de redes sociais. Isso ocorre devido ao avanço tecnológico e a facilidade de acesso que as crianças possuem a esses meios de comunicação. Nessa era digital em que qualquer aparelho de celular vira um mini computador de mão e que a internet já é para todos, as crianças e adolescentes passam praticamente o tempo todo conectados, os pais, quase sempre, não têm controle sobre o que os filhos fazem no mundo virtual e essa onda de “selfies” aumenta ainda mais o risco, sendo um prato cheio para os pedófilos de plantão que adoram as fotos postadas nas redes em tempo real.
Pronto! O seu parágrafo de introdução já está estruturado! Note que inserimos nele os 3 argumentos, esses três argumentos serão a base para o desenvolvimento de sua redação. Seguindo a ordem, faça um parágrafo discorrendo sobre cada um dos argumentos citados na introdução ( aqueles do esqueleto, que inserimos na introdução). Se são três argumentos, o seu desenvolvimento terá 3 parágrafos, entendido?
Por fim, faça a sua conclusão apresentando soluções para a resolução do problema, veja no seu esqueleto quais foram as soluções que você colocou. Não esqueça de fazer referências ao que foi citado na introdução. Exemplo:
Portanto, para combater a exploração sexual no mundo virtual é preciso que os pais…
Lembre-se que isso não é uma receita de bolo, é apenas um método para ajudar àqueles que têm muita dificuldade nessa modalidade de redação. Seguindo o esqueleto diminuem-se os risco de fugir do tema e de travar no meio da escrita. Espero ter contribuído com vocês! Na próxima matéria escreverei sobre o uso da vírgula!

Márcia Bezerra

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Ainda sou teu amigo

Faz tempo que  já não falas mais comigo
Nossas  madrugadas não são mais as mesmas
O teu dia-a-dia é tão estranho para mim
E estás distante por quê?

Teus joelhos já não se dobram mais
A madrugada era nossa confidente
O que na vida te trai?
O que te fez parar de ser crente?

Vem, dobra teu joelho
Vem, fala de teu desespero
Vem, eu quero te ajudar.

Se estiveres fraco, vou te fortalecer
Se estiveres com sede, vou te dar de beber
Se estiveres com fome, vou te alimentar
Sou teu amigo, sempre vou te amar.

Seja fiel comigo, amigo
Vamos reatar nosso pacto
Venha lutar com teu Cristo
E vencer a maldade do inimigo.

JSC

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A ignorância do rei


- Majestade, o que faremos com os soldados mais capacitados?
- Rebaixem para carcereiro.
- Majestade, e os professores de disciplina?
- Vão ter que alfabetizar a população.
- Majestade... o senhor teria que valorizar esses profissionais; não rebaixar.
- E tem mais... existe um monte de gente por aí dizendo que é professor. Então, eu contrato esses que são mais baratos. Além do mais,  professor efetivo custa caro.
- Mas, e a qualidade do ensino, Majestade?
- Meu caro conselheiro, você acha que a gente está preocupado com isso? O povo que se exploda!

JSC

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Tipos textuais na redação

Os tipos textuais mais conhecidos são: descrição, narração e dissertação. “Dentro” de cada um desses tipos de texto, podemos novamente fazer novos grupos, através de características em comum cada vez mais específicas, dando origem aos gêneros textuais. Vejamos, abaixo, as características de cada tipo textual e alguns exemplos de gêneros que pertencem a cada um.

Descrição

Como o nome facilmente demonstra, a descrição tem como objetivo descrever um lugar, uma pessoa, um objeto, um sentimento etc. É como se fosse uma fotografia escrita, um fazer o outro enxergar através das palavras algo que não está vendo. Para isso, uma das principais características da descrição é o abundante uso de adjetivos.
No livro “A menina que roubava livros”, de Markus Zuzak, uma família de alemães esconde um judeu no porão durante a perseguição no Nazismo. Observe essa cena em que a menina Liesel conversa com o judeu Max:
“— Você me contou tudo sobre o gol — disse Max — mas não sei que tipo de dia está fazendo lá em cima. Não sei se você fez o gol ao sol, ou se as nuvens cobriam tudo.
Passou a mão pelo cabelo à escovinha, e seus olhos alagadiços imploraram a mais simples das coisas:
— Você pode subir e me dizer como está o tempo?
Naturalmente, Liesel subiu a escada correndo. Parou perto da porta manchada de cuspe e se virou ali mesmo, observando o céu. Ao voltar para o porão, contou-lhe:
— Hoje o céu está azul, Max, e tem uma nuvem grande e comprida, espichada feito uma corda. Na ponta dela, o sol parece um buraco amarelo…
Naquele momento, Max soube que só uma criança seria capaz de lhe fornecer um boletim meteorológico desses.”
Como Max não podia ver o céu, não bastava Liesel dizer “está sol” ou “está chuva”. Max queria detalhes para poder imaginar como realmente o céu estava naquele dia. Para isso, Liesel fez uma descrição, utilizando muitos adjetivos.
Geralmente, não há textos construídos inteiramente com descrição. Esse tipo textual costuma aparecer em gêneros de outros tipos de textos. A descrição é comumente encontrada em receitas, anúncios publicitários, bulas de remédio, cardápios, entre outros.

Narração

Se a descrição é como uma fotografia, a narração é como uma filmagem. Narrar é contar uma história ou um fato; é descrever cenas, ações. A narração envolve personagens e um contexto, isto é, um espaço e um determinado tempo. Há variações dentro de uma narração, como o tipo de narrador, se segue ou não uma ordem cronológica, se é fictício ou verdadeiro etc.
Há também diversos gêneros textuais pertencentes à tipologia narração, como fábulas, contos, crônicas, piadas, relatos, novelas, romances e outros.

Dissertação

A dissertação é o tipo de texto mais solicitado em redações, isso porque é necessário que o escritor desenvolva um raciocínio sobre uma determinada ideia. Dissertar significa discorrer, discursar. Dessa forma, a dissertação difere da narração por não ser um tipo de texto literário.
Deve-se expor uma ideia e discursar sobre ela, através da exposição de fatos ou de argumentação, traçando uma linha de raciocínio lógica, objetiva e coerente, com introdução, desenvolvimento e conclusão da discussão.
A dissertação é o tipo textual dos manifestos, monografias, textos jornalísticos, críticas, teses, editoriais, textos científicos etc.

Infoenem

Os números da redação do Enem 2014

Mais de 13 mil redações foram anuladas por terem copiado os textos motivadores da coletânea textual, fenômeno que pode estar relacionado com a falta de informação e de conhecimento acerca do tema e, consequentemente, falta de repertório específico. Os textos motivadores, para os candidatos que não conhecem o tema, devem servir, justamente, para os candidatos conhecerem o tema, ficarem a par dele e terem ideias para a sua redação e não se apoiarem totalmente na coletânea e correrem o risco de copiá-la e terem seu texto anulado por conta disso.
O texto insuficiente, isto é, com menos de sete linhas foi o motivo que anulou 7.824 redações, já o não atendimento ao tipo textual pedido, a dissertação-argumentativa, anulou 4.444 textos; os que escreveram partes desconectadas, intencionalmente ou não, foram 3.362 candidatos e 955 pessoas feriram os direitos humanos e, por isso, obtiveram nota zero em suas redações.

Extraído de http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-teve-a-redacao-anulada-no-enem.
Extraído de http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-teve-a-redacao
-anulada-no-enem.

O fato de que mais de meio milhão de candidatos obtiveram nota zero na redação do Enem 2014 chamou muito a atenção de todo o país; por outro lado, apenas 250 redações obtiveram a nota máxima de 1000 pontos. A maioria dos candidatos ficou na média, ou seja, obteve a nota entre 501 e 600 pontos; estamos falando de 1.515.007 redações que ficaram no nível razoável.
Este resultado é semelhante a resultados de anos anteriores e é diferente de resultados de correções de redações de vestibulares nas quais é importante haver a curva de notas que contém todas os níveis de pontuação, já que o objetivo dos vestibulares é selecionar.
No Enem, o objetivo é, essencialmente, avaliar os candidatos, mas para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) a seleção está, inclusive, no nome e a impressão que temos é que o Enem “peneirou”, por meio de sua prova de produção escrita, como um vestibular. Vale lembrar que a redação, no Enem, representa 20% da nota total.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Seu filho vai estudar?


Veja algumas dicas:

Vá com seu filho, dê uma olhadinha na sala em que ele vai passar, no mínimo, quatro horas. Veja se tem ventiladores, e são suficientes; alguns ventiladores são muito barulhentos ou quase não ventilam. Ventilador barulhento incomoda a todos (professor e aluno) e prejudica a aprendizagem do educando. No caso de ar condicionado, procure saber quando foi limpo. O filtro do ar e o aparelho do ar condicionado têm que ser limpos regularmente. Olhe as carteiras; muitas delas têm pontas de prego  salientes no assento, no encosto ou na lateral; outras têm pernas tortas, trincadas ou (quase) soltas. Veja se a sala está limpa, os banheiros higienizados.
Reclame e exija o melhor para seu filho. Ele é o maior patrimônio que você tem. Cuide bem dele!

JSC

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Don`t e Doesn`t

Veja de forma bem resumida
1. don’t = do not
2. doesn’t = does not
3. don’t e doesn’t só são usado no Present Simple
4. use don’t para os pronomes I, you, we e they.
5. use doesn’t para os pronomes he, she e it.
6. don’t e doesn’t podem formar perguntas negativas.
Será que agora você entendeu bem quando usar don’t e doesn’t? Vejamos! Complete as sentenças abaixo usando don’t ou doesn’t.
01. He …………………. like spinach.
02. They …………………. read.
03. I …………………. watch movies.
04. She …………………. study Spanish.
05. We …………………. speak Chinese.
06. The bank …………………. open before 10 o’clock.
07. Fernanda and Carol …………………. work here anymore.
08. Sérgio …………………. talk to me.
09. She …………………. speak Italian.
10. I have a car but I …………………. drive.


Inglesnapontadalingua