quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Não é uma escola engraçada


Esta escola  não é engraçada,
É muito suja e mal cuidada
Pelo prefeito que não tem zelo.
Ainda, para piorar, não tem porteiro.
Vigilante lá não tem não;
Roubaram objetos de montão.
Na hora do intervalo é um  terror,
Pra cuidar dos alunos,
Não tem nem inspetor.
E  pra o nosso desgosto,
Por onde a gente, muitas vezes, passa,
A  céu aberto tem esgoto.
Ainda bem que trabalha com amor
Essa classe sofrida chamada professor. 

JSC

Pobre Poeta

Apodrecem os livros de poesias
na prateleira do poeta que partiu;
ninguém lê, ninguém vê... 

Poeira, traças, moscas e mofo
fazem  companhia do arsenal de riqueza
guardado com tanta  delicadeza; nobreza.

Pobre poeta morto; morto do encosto
do mau gosto da massa manipulada
por palavras empobrecidas e de fácil digestão. 


Lê-lo é  como catar feijão,
é digerir as palavras entrelaçadas
do  código de uma linguagem abandonada. 


Como é tênue a sua poesia para o fino leitor!
mas, há quem não veja esplendor. 
Pobre do pobre leitor. 

Sem nenhuma página virada,  
Esquecido ao tempo,
livro de boca fechada.

As  folhas  amareladas cobrem seu túmulo, 
as palavras enfeitam apenas sua lápide;
caso encerrado, livro mudo.



(JSC)