segunda-feira, 24 de agosto de 2015

10 temas essenciais de português (vestibulares)


  • Semânticao significado das palavras em contexto
"É um assunto que cai bastante, porque ajuda o aluno a compreender o texto", diz Liliane Negrão, professora de português da Oficina do Estudante. 
É possível cair perguntas específicas sobre o significado de determinadas palavras, segundo Vivian D'Angelo Carrera, do cursinho do XI. Ela afirma que o vestibular da Fuvest costuma realizar essa prática e alerta que "pegadinhas" de semântica também são corriqueiras. 
"Pronomes e conjunções são aqueles elementos que fazem a construção de um texto", diz Carrera. "O que cai todos os anos nos vestibulares é pronome relativo".

Para Negrão, esse tema também está bem associado à redação, porque ajuda a tornar mais clara a produção textual. 
Segundo Negrão, da Oficina do Estudante, as figuras de linguagem podem ser utilizadas como ferramenta para compreender o texto. "A ironia, por exemplo, se o aluno perceber que ela está sendo usada, ele sabe que a mensagem é o oposto daquilo que está sendo expresso", diz.
A professora acrescenta que o recurso pode ser cobrado para analisar o estilo de uma determinada obra literária, escola ou época. "Por meio das figuras de linguagem, o aluno pode identificar o autor, o estilo, o momento histórico, político ou cultural", analisa.
Carrera, do XI, lembra que é possível que exames como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) perguntem o nome da figura de linguagem. Já vestibulares tradicionais geralmente pedem qual é o efeito de tais recursos expressivos. 
"É comum que eles coloquem uma poesia, notícia, por exemplo. O aluno tem que saber o gênero textual. A poesia tem uma proposta, a charge outra [quebra a expectativa]", diz Carrera. "É necessário, dessa forma, conhecimento prévio". 
Ter esse domínio pode ajudar na hora da leitura da coletânea de textos que geralmente aparece nas provas de redação. "Sempre tem um trecho com uma imagem, algum gráfico e texto padrão", diz Negrão. "Isso é para avaliar se o estudante compreende diversos tipos de texto, do verbal ao não-verbal [charge, fotografia, escultura, pintura]". 
Negrão acredita que o tema é associado à elaboração da redação. "O aluno tem que ter domínio sobre tudo dentro da linguagem padrão e compreender quais são os sentidos que estão por trás de determinado tempo verbal", diz.
Para a Fuvest, a professora Vivian Carreira, do XI, aconselha o aluno a estudar o pretérito mais-que-perfeito e o imperativo, que segundo ela cai todos os anos.

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  • Paráfrase ou tradução de sentido
É essencial para a interpretação de um texto, principalmente na hora de analisar as alternativas de determinada pergunta. "Nada mais é do que a reescrita. Nas questões vão ter palavras diferentes, mas que traduzem a mesma ideia", diz Carrera.
Contudo, a professora Liliane Negrão afirma que a paráfrase "pobre" em uma redação, por exemplo, da coletânea de textos é mal vista, por ser uma mera mudança por sinônimos.
Os estudantes devem conhecer bem os aspectos estruturais que norteiam as dez classes gramaticais e ter noção de que seis dessas são flexionadas em número, gênero, grau, pessoa, tempo, voz, modo e/ou aspecto.
Na construção do texto, a professora do cursinho do XI lembra que os vestibulares costumam tratar bastante de paralelismo.

Literatura

Para Augusta Aparecida Barbosa, professora de literatura do cursinho do XI, além de ler os livros pedidos pelos vestibulares, pode ser interessante que o aluno conheça outras obras dos autores solicitados.
"A Fuvest e a Unicamp não vão fazer perguntas fora dos livros, mas é bom que ele tenha lido outras obras do autor como referência", diz. "Do José de Alencar, por exemplo, é pedido Til, mas o aluno pode conhecer Senhora, Iracema". 
Os romances desse período tentavam atender aos anseios da burguesia de aparecer nos romances. "A burguesia quer estar nos romances e para isso tenta resgatar os heróis medievais e a religiosidade. Há muito sentimentalismo e nacionalismo também", comenta Augusta.
Período associado ao cientificismo do final do século 19. "Essa é a época que a ciência ganha certo peso, e os artistas vão querer se posicionar diante da sociedade como se fossem cientistas, observando, apontando defeitos e propondo soluções", diz a professora do XI. 
O aluno deve entender que o modernismo surge em um momento de entreguerras. "Os artistas vão mostrar esse mundo que está se rompendo, se esfacelando. Propõem, então, uma estrutura estética diferente. O poema em verso agora em versos livres, formato de triângulo, de espiral", conta Augusta. "O modernista tem tanta liberdade que pode até retomar os versos em redondilha". 

10 temas essenciais de inglês (vestibulares)

"O foco do inglês é realmente na interpretação de texto e compreensão. A língua é muito abrangente. O aluno precisa ter uma gramática afiada para aprender a ler e falar, mas dificilmente o vestibular pede só isso. Nos últimos anos estão mais focados na comunicação e no entendimento", afirma Mônica Rodrigues, professora da Fundação Torino.
Se o aluno possui o hábito da leitura em inglês, vai ter uma vantagem sobre os demais concorrentes, na visão de Marlon Augusto do Nascimento, professor do cursinho do XI. "Se for costume do estudante, ele vai tirar de letra a parte da interpretação". 
O aluno curioso, que busca conhecer vários assuntos, tem mais chances de ir bem do que o estudante que lê apenas textos no padrão "vestibular", acredita Nascimento.
  • Vocabulário contextualizado: sinonímia e tradução
"Se você se depara com uma palavra que você não sabe o significado, mas entende a estrutura, você sabe que ali não cabe, por exemplo, um verbo", diz Mônica. "A interpretação tem uma sequência lógica. Nós como falantes de uma língua sabemos como ela funciona". 
Já Nascimento adverte o uso indiscriminado da tradução. "Ela é um pouco automática. Ao ler um texto, o aluno que não tem fluência vai tentar traduzir. Isso pode ajudar, como pode atrapalhar. No caso dos 'falsos cognatos', atrapalha bastante".

  • Pronomes: pessoais, possessivos, relativos e indeterminados
De acordo com Mônica, toda a parte de gramática da prova de inglês cai de uma forma contextualizada. "Eles não vão perguntar quais são os pronomes possessivos, mas podem fazer questões onde se pede, por exemplo, de quem é o carro citado no texto", analisa.
Reis, da Oficina do Estudante, explica que quem tem tradição de pedir questões relacionadas com pronomes são os vestibulares da PUC (Pontifícia Universidade Católica). 

A professora da Fundação Torino explica que esse conteúdo é importante principalmente na hora de escrever dissertações em inglês, uma vez que as 'linking words' dão maior fluidez ao texto. "Se você não faz uso delas, ele fica cheio de frases curtas e sem conectividade, se torna um texto muito infantil", diz.
Os alunos devem ficar atentos, pois em inglês existem substantivos contáveis e incontáveis. Dessa forma, precisam saber quais expressões sobre quantidade combinam com cada um desses substantivos. 

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  • Verb tensespresente, passado, futuro e condicional
"Em inglês, o que mais é cobrado é o present perfect, que é um tempo verbal que a gente não tem em português. É uma dor de cabeça para ensinar e uma dor de cabeça para que os alunos não tentem traduzir", diz Nascimento. 
Para Mônica, a prova pode querer que você use, por exemplo, o passado, mas de uma forma contextualizada. "Pode cair um texto em que você deverá responder onde aconteceu tal coisa, o que fulano fez no dia tal", explica.
O professor do cursinho do XI acredita que essa é a parte mais avançada do inglês. "Cai bastante, não explicitamente, é claro, como os outros temas de gramática, mas está relacionado com o entendimento do texto", diz Nascimento. "Se o aluno souber ligar uma oração a outra, ele conseguirá entender". 
"Recontar o que foi dito tem tudo a ver com a questão da comunicação", analisa Mônica. 
Nascimento acredita ser um tema não tão difícil, uma vez que geralmente é bastante abordado em cursos de inglês. "Você deve reportar uma ação feita por um terceiro. Não é um bicho de sete cabeças. Se o aluno souber o passado simples no inglês, ele já consegue tirar de letra", diz.
Segundo Reis, da Oficina do Estudante, os vestibulares da Unesp e do ITA trabalham muito com voz passiva. "A Unesp coloca bastante justamente para confundir o candidato na hora de redigir sua resposta. Já o ITA pede para colocar o adjetivo ou o advérbio na forma correta", analisa. "Por mais que não caia diretamente, é imprescindível você saber os diferentes empregos do tema".
Mônica afirma que a voz passiva é usada geralmente em textos e situações mais formais. "Por exemplo, ninguém vai dizer que o departamento 'x' quebrou o bebedouro. Em um ambiente de trabalho seria mais prudente dizer que o bebedouro foi quebrado", diz.

Aprenda a fazer uma boa redação em dez passos

"Os temas propostos pelo Enem são sempre relacionados a questões atuais, que de alguma forma estão mobilizando a opinião pública do país.  Editoriais de jornais, por serem dissertativos, são os textos mais recomendáveis para despertar o senso crítico do estudante".
  • Faça cópias de textos dissertativos
"É bom para assimilar, ao mesmo tempo, estrutura, linguagem, ortografia e pontuação. Nesse caso, caberá antes uma leitura atenta do texto escolhido, que permita ao estudante fazer uma cópia consciente, e não automática", diz Cida.
"Concluída a cópia, será necessário conferir se foi feita de modo fiel ou displicente. Esse exercício é excelente também para melhorar a capacidade de concentração".
  • Escreva duas redações por semana
"Treinar é essencial para garantir um bom desempenho na prova. É importante ainda submeter tais redações à apreciação de um professor, que, com base nas competências levadas em conta pelo Enem na correção das redações, fará uma avaliação criteriosa e personalizada".
UOL tem um banco de redações, em que são sugeridos temas atuais a cada mês. Os estudantes podem mandar suas produções, que serão avaliadas por uma equipe especializada em correção de prova de vestibular e Enem.
  • Conheça os temas anteriores do Enem
"É bastante produtivo fazer ainda algumas redações de temas previamente selecionados, preferencialmente aqueles considerados mais desafiadores". 

No dia da prova

Veja ainda estratégias dadas por Arlete Salvador que devem ser feitas durante a prova de redação:
  • Encontre o tema
Leia o enunciado e os textos de apoio com atenção. Na folha de rascunho, faça uma lista das ideias principais do assunto geral e dos textos complementares (use uma ou duas palavras para sintetizar essas ideias). Se houver imagens, transforme o conceito central em palavras.
Para a professora Cida, do Objetivo, é fundamental atentar ao encaminhamento sugerido pelos textos motivadores oferecidos pelo Enem. "O candidato independente corre o risco de desconsiderar a coletânea e fugir parcialmente ao tema. Para evitar isso, caberá selecionar duas ou três informações dos textos de apoio e integrá-los ao próprio repertório [cultural e linguístico]", diz.
Ela enfatiza que aproveitar um ou outro dado da coletânea não significa copiar trechos ou fragmentos, o que é absolutamente impróprio. 

  • Organize as ideias e planeje o texto
Após encontrado o tema, pense sobre o que tem a dizer para aquela discussão. Escolha os argumentos que serão utilizados, duas propostas de intervenção social e qual será a conclusão. 
Pense como será a ideia central da introdução e anote na folha de rascunho. O que você pretende defender? Escolha três argumentos que melhor sustentem sua ideia. 
  • Escreva na folha de rascunho
Não se afaste do modelo introdução, desenvolvimento e conclusão. Na hora de elaborar o texto, dê preferência para a terceira pessoa do singular ou do plural, nunca use gírias e utilize expressões de ligação entre parágrafos e ideias. 
Se estiver em dúvida sobre uma data, corte-a. Se a indefinição for na grafia de uma palavra, troque-a por um sinônimo.
Para a conclusão, a professora do Objetivo diz que sugestões de intervenção passíveis de serem colocadas em prática serão pertinentes. "Atribuir a responsabilidade pela solução de determinado problema a mais de um setor da sociedade também é importante", diz.
  • Invista na linguagem
A professora Cida, do Objetivo, acrescenta que uma linguagem diversificada contribui para o conteúdo do texto. "Contudo, deve-se evitar o vocabulário rebuscado, usado apenas para impressionar a banca. O estudante deve demonstrar repertório linguístico típico de um bom leitor, recém-saído do ensino médio". 
  • Releia o texto e verifique coerência e coesão
Substitua palavras repetidas por sinônimos e preste atenção se não cometeu deslizes na pontuação --separar sujeito de verbo com vírgula é erro grave--, e na acentuação. 
Vale a pena analisar se a introdução apresenta o tema pedido na prova, se os argumentos sustentam a tese escolhida, se as propostas de intervenção social são convincentes e se a conclusão tem conexão com o começo do texto.
  • Transcreva o texto para a folha oficial
Copie exatamente o que foi produzido na folha de rascunho. Tente fazer uma letra legível e não rabiscar. É importante respeitar os parágrafos, deixando uma pequena margem no início. Logo em seguida, corrija eventuais erros e dê a redação por encerrada.


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Em 2014, o tema de redação do Enem foi "publicidade infantil em questão no Brasil". Ofereceram-se três temas para motivar o candidato: o primeiro trazia informações sobre uma resolução do Conanda (Conselho Nacional da Criança e do Adolescente); o segundo fazia um panorama da legislação sobre publicidade infantil no mundo; e o último defendia a necessidade de "preparar a criança" para tornar-se o "consumidor do futuro"Leia mais Thinkstock