No calabouço da alma,
Com
medo da sombra
Que assombra.
Cadeado trancado,
Preso no próprio corpo,
De pensamento oco;
Nada
resta,
No final do poço,
Além de
osso.
Ai, como m’assombra
Esta tal alma de zumbi!
Sem sentimento, moribunda,
Acompanhada d’outras
ou não; tanto faz.
E
tal solidão jamais.
Se tiver na penumbra
Ou no escaldar do dia,
Esta alma fria
Nenhum sentimento terá.
Vaga irreconhecivelmente ,
nem feliz nem contente,
No meio de gente
Que
morta também está.
O silêncio d'alma doente,
Ferida por percalços da vida,
Certamente incompreendida
Por não compreender
O que fácil pode ser entendido.
De um lado tristeza; doutro abismo.
A loucura do louco
Não é loucura pro louco.
Os "normais" dirão que é mentira
Talvez, assim como o louco,
Só um tolo poderá não entender
Que passa n'alma de quem tem a
loucura.
JSC