Povoa na micose do meu cérebro
Pensamento pútrido sobre
A nefasta negra cruz
O corvo que para o caixão seduz
Mesmo aquele que deseja viver.
Envolve o corpo de rama
Cava na escura lama
Mais uma cova fria para
Outra orgia dos vermes
Que querem comer.
Com a chegada do nutriente,
Os germes indiferentes
Enfeitam-se para o banquete;
Abastado ou desprovido
O corpo enrijecido serve de deleite.
Porta cerrada, depois da entrada,
Cadáver de caixa fechada,
Aberto à navalha da fome;
Só a carcaça tornar-se-á
Só a carcaça tornar-se-á
Daquilo que foi homem.
Joerlândio
Cordeiro