Cada tipo de texto tem uma determinada estrutura e características próprias. No caso da dissertação argumentativa, que é o gênero textual exigido no Enem, a estrutura consiste em proposição, argumentação e conclusão; e uma das características mais marcantes é o estilo de escrita com linguagem formal.
Como apontado pela Camila Pozza, nossa colunista de redação, não há um único modelo fixo para realizar a dissertação. Entretanto, alguns profissionais da área de Língua Portuguesa sugerem algumas regras como não utilizar a primeira pessoa do discurso, não colocar perguntas, fazer a introdução como se fosse um resumo dos argumentos, dentre outras sugestões. É necessário reforçar que essas não são regras fixas e, dependendo de como forem aplicadas, podem ser sugestões corretas ou não.
Porém, quando o estudante ainda não domina completamente a estrutura da dissertação-argumentativa, alguns “modelos” podem ser úteis para guiar o aluno em seus primeiros textos. Aos poucos, com o aumento do treino e consequente familiarização e entendimento da estrutura geral, o aluno automaticamente ganha “liberdade” na escrita.
Nesse momento de transição entre um modelo fixo dado pelo professor e o aumento de autonomia do estudante, algumas dúvidas surgem sobre o que é ou não adequado utilizar no texto. O objetivo desse artigo é sanar essas dúvidas contrastando “projetos inflexíveis” com a estrutura dissertativa.
Uso de perguntas na dissertação
É totalmente possível colocar questionamentos em qualquer parte do texto dissertativo. Na introdução, a indagação pode ser utilizada para levantar discussão sobre o tema e iniciar uma reflexão, ou ainda pode ser uma pergunta retórica que deixe seu posicionamento implícito. No desenvolvimento, podem ser questionamentos que instiguem o leitor a certo argumento ou pensamento. Na conclusão, as perguntas ganham um ar reflexivo. É comum ouvirmos falar que “os indagações colocadas no texto devem ser respondidas”. O que está por trás dessa afirmação é que elas não escondam o posicionamento do autor. Independente das perguntas colocadas no texto, o seu ponto de vista e seus argumentos devem ser claramente identificados pelo leitor para que não haja fuga ao gênero textual.
Uso da primeira pessoa do discurso

Na espera que essas dicas sejam úteis para sanar as dúvidas quanto as “regras” que costumamos ouvir sobre a dissertação-argumentativa, sugerimos também que utilize essa reflexão para ganhar autonomia em sua escrita sem fugir da estrutura geral do gênero textual. Para isso, como já dito anteriormente, é necessário praticar bastante sua escrita para aumentar a familiaridade com esse tipo de texto. Desta forma, recomendamos que confira nosso Treinamento de Redação para o Enem, para que possa realizar uma dissertação por semana com correção de especialistas na prova textual do exame.