Ano passado, minha esposa e meu filho de três anos viajaram. Eu fiquei em
casa. Eles foram para o interior passar alguns dias por lá para rever a
família.
No domingo pela manhã, eu
estava em casa assistindo TV, na ocasião assistia um desenho animado que falava
da História de Daniel na cova dos leões. Durante a exibição, senti
algo perturbador que me fez lembrar meu filho. Foi muito estranho
para mim; uma lembrança repentina.
Mesmo diante desse fato, fiquei
em paz. Continuei assistindo ao filme. Pensei em ligar, mas não o fiz.
O domingo passou, minha
esposa chegou e já era madrugada do domingo para a segunda. Olhei para meu
filho e vi que estava tudo bem. Só então, na manhã da segunda, é que minha esposa
contou o ocorrido.
No domingo pela manhã, no
horário em que eu estava assistindo ao filme, minha esposa, a irmã dela e
meu filho foram visitar uma tia. Ao chegar lá, ficaram todos conversando na
sala enquanto meu filho, com uma outra criança, estavam brincando no quintal. Após
alguns minutos, a criança da casa chegou gritando que meu filho estava perto do
cachorro. Esse animal era o vigia da casa. Como é de costume em sítio, ele era
criado amarrado em uma corda comprida. Esse cachorro não tinha
contato com ninguém, nem seus próprios donos que, para alimentá-lo, colocavam a ração em uma vasilha que ficava na ponta de uma longa vara. Era muito
bravo. Ninguém jamais ousaria se aproximar.
Nesse dia, meu filho brincava
no quintal quando viu uma bola, como qualquer criança, inocentemente, foi
pegá-la para brincar; esta estava ao lado do cão. Quando a
criança que mora na casa viu, entrou em desespero e foi chamar os adultos que
conversavam na sala.
Foi momento de aflição,
todos da casa entraram em pânico porque sabiam que ao chegar lá, o
cachorro já teria estraçalhado a criança. Contudo, neste momento, minha esposa sentiu
algo diferente de todos: uma paz tomou conta dela. Ao chegar lá, ela viu meu
filhinho com a bola na mão ao lado do cachorro que se encontrava deitado, imóvel."Era como se estivesse dormindo", ela contou.
Meu filho ficou sem entender o
porquê de tanta gritaria, pois as pessoas estavam aflitas diante daquela cena.
Ainda para aumentar a aflição dos seus familiares, ele começou a chorar e
reclamar dos espinhos que haviam entrado em seus pés. Minha esposa calmante o chamou e ele veio vagarosamente até sair da área de ataque
daquele animal.
Quando ela me contava essa
história, então me veio a lembrança da angústia que eu tinha sentido. Isso foi
um sinal em minha vida que Deus protege os seus.
Joerlândio
Cordeiro