Arranquem-me olhos
E deem a quem quer
enxergar,
Cortem-me as mãos
Para o amputado que precisa usar.
Tirem-me os membros
Inferiores para o manco,
O fígado, os pulmões, rins,
Coração a quem precisar.
Inferiores para o manco,
O fígado, os pulmões, rins,
Coração a quem precisar.
Se necessário, estudem minha massa.
Meus últimos dentes aos acadêmicos,
E não desfrutando do que sobrar,
Queimem e joguem ao mar.
Lá viajarei aos poucos
Até o resto da cinza afundar.
Se me enterrarem,
Também voltarei a amar.
Até o resto da cinza afundar.
Se me enterrarem,
Também voltarei a amar.
(JSC)