domingo, 19 de julho de 2015

Aspectos da filosofia de Santo Agostinho


Caso seja um aluno antenado, já deve ter percebido que conteúdos de filosofia e sociologia estão aparecendo bastante na prova do Enem, principalmente no caderno de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Que tal dar uma revisada num dos filósofos mais importantes da história? No artigo de hoje falaremos um pouco sobre o pensamento de Agostinho de Hipona, mais conhecido pela alcunha de Santo Agostinho, filósofo cristão que viveu entre 354 e 430 d.C.
Nascido em Tagaste, norte da África, região em que hoje se situa a Argélia, era filho de mãe cristã, porém se converteu ao cristianismo apenas depois de adulto, por volta dos trinta anos de idade. Tempos após sua conversão, tornou-se bispo de Hipona, o que dentro da estrutura religiosa da época era uma posição de destaque, a qual permitiu que seu pensamento fosse difundido. Dentre suas obras mais importantes, devemos citar “Confissões” e “A cidade de Deus”. Para entender o pensamento de Agostinho, devemos lembrar que, no período medieval, filosofia e religião estiveram intimamente ligadas, sendo a primeira influenciada pelo estudo dos filósofos gregos clássicos, como Platão e Aristóteles.
Um dos problemas filosóficos discutidos na obra de Agostinho é a existência do mal moral no mundo. Por mal moral devemos entender todo o mal causado pelo ser humano, aquele que não tem origem em fenômenos da natureza, como terremotos e erupções vulcânicas. Presente até hoje nas discussões sobre religiosidade, a crença em um deus onisciente, onipresente e onipotente pressupõem que este compactue com todo o mal moral existente. Porém, se o deus cristão é bom e onipotente, por que ele não age para impedir as más ações? Seria ele incapaz de impedir o mal, deixando assim de ser onipotente?
Bem, Agostinho abordou esta questão de duas formas. A primeira delas, ainda em sua juventude, baseava-se no maniqueísmo, vertente religiosa originada na Pérsia e difundida no Império Romano, cuja doutrina consistia basicamente em afirmar a existência de um conflito cósmico entre o Bem e o Mal, forças antagônicas, uma pertencente à alma e outra ao corpo, em batalha contínua. Desta forma, em alguns embates o Mal vencia e, por causa disso, os males morais ocorriam.
A segunda maneira de encarar o mal moral ocorreu a Agostinho após a rejeição do maniqueísmo, já em idade mais avançada. Acreditando na onipotência da vontade divina, Agostinho justifica a existência de atitudes más a partir do livre-arbítrio, ou seja, da capacidade humana de decidir o que fazer. A argumentação é simples: Deus permite que ajamos de acordo com nossa vontade, podendo seguir seus mandamentos ou não; quando nos afastamos destes, cometemos males morais. Caso não houvesse livre-arbítrio, seríamos apenas marionetes, governadas por um ventríloquo todo poderoso. A partir da divisão do ser humano em parte racional e parte emocional, Agostinho argumenta que ceder às emoções é deixar a razão de lado, o que nos distancia de deus e pode nos levar ao mal. Por fim, Agostinho também acreditava que a existência do mal moral estava relacionada à escolha de Adão e Eva por comer o fruto proibido. Ao traírem o deus cristão, o primeiro casal de humanos trouxe o pecado ao mundo, transmitindo-o de geração em geração a partir do ato sexual.
Para complementar seus estudos sobre este autor e se preparar para as questões de filosofia do Enem, recomendamos a leitura do capítulo Agostinho: a razão em progresso permanente, disponível no livro Antologia de Textos Filosóficos, organizado por Jairo Marçal.

Dica de leitura para o Enem: Palestina, de Joe Sacco


Novamente temos uma leitura para turbinar seus estudos para o Enem. Desta vez apresentamos a História em Quadrinhos (HQ) “Palestina”, escrita por Joe Sacco em dois volumes entre os anos de 1993 e 1996. Porém, a obra foi reeditada pela Editora Conrad em 2011 para uma versão especial de volume único.
Como explicitado pelo título da HQ, o livro apresenta a perspectiva do autor a partir de uma viagem feita ao Oriente Médio entre os anos de 1991 e 1992. Durante essa viagem, ele coletou histórias nas ruas, hospitais e escolas, entrevistando judeus e refugiados palestinos. A partir das histórias ouvidas e presenciadas, o autor retrata o cotidiano do povo palestino durante um período em que havia esperanças de um acordo de paz com o povo israelense. Denominado por alguns críticos como uma “reportagem em quadrinhos”, atribui-se ao autor, por vezes, certa parcialidade ao abordar o conflito. No entanto, os relatos retratados na HQ são semelhantes aos feitos por órgãos da imprensa internacional e repórteres independentes, o que valida o posicionamento do autor.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/939746-conrad-lanca-edicao-de-luxo-de-palestina-do-joe-sacco.shtml.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/939746-conrad-lanca-edicao-de-luxo-de-palestina-do-joe-sacco.shtml.
Depois de adentrar no mundo criado por Sacco, procure retomar o estudo da questão palestina. Para isso, tente responder às seguintes perguntas, sempre refletindo com o contexto histórico reproduzido na HQ: o quer é a Faixa de Gaza? Qual o contexto histórico entre israelenses e palestinos pela disputa deste pedaço de terra? Qual a diferença entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza? O que foi a primeira Intifada e qual sua motivação? O que foi a Organização pela Libertação da Palestina e qual seu papel no confronto entre Israel e Palestina? Qual a origem do Hamas e qual sua atuação durante o início da década de 1990? O que é a Autoridade Nacional Palestina e qual sua importância? O que é o “muro da vergonha” na Cisjordânia?
Após rever tais conceitos, recomendamos também a busca sobre a atualidade do conflito, bem como sobre eventos marcantes ocorridos na primeira década do século XXI. Entendendo o passado e o presente, temos certeza que questões envolvendo a Palestina se tornarão muito mais fáceis.