quinta-feira, 20 de junho de 2013

REDAÇÃO NO ENEM - 4ª COMPETÊNCIA

Hoje falaremos sobre a 4ª competência avaliada na redação do ENEM (clique aqui para ver todas) – “demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação” – finalizando a série que detalha as competências arroladas na prova de produção escrita do exame. Como já dissemos anteriormente, todas as competências são dependentes umas das outras, uma leva a outra, pois elas estão muito bem entrelaçadas e relacionadas e, por isso, podemos parecer repetitivos nas nossas explicações.
A 4ª competência visa avaliar à estruturação interna e lógica da redação, isto é, entre as suas partes, entre os seus parágrafos e, portanto, o encadeamento de ideias e a organização da paragrafação, aqui, são os aspectos analisados pela banca examinadora do ENEM. Normalmente, dedica-se, para cada tópico frasal, um parágrafo e todos os parágrafos devem estar conectados através de relações de sentido como causa e consequência, exemplificações, fundamentações, comparações, finalizações (geralmente deixadas para o último, o da conclusão e, no caso do ENEM, o mesmo da proposta de intervenção social) etc.
Este encadeamento deve resultar em continuidade, o que nos leva à coesão, sobre a qual já dedicamos algumas publicações; para termos um texto coeso, faz-se necessária a adequada utilização de recursos linguísticos, o cerne desta competência. O Guia do Participante do ENEM 2012nomeia de recursos linguísticos conectores e itens lexicais; mais especificamente, conjunções, advérbios e locuções adverbiais, pois são eles que estabelecem as inter-relações entre as frases, as orações e os parágrafos. O importante, aqui, é refletir sobre as relações de sentido que estes recursos estabelecem (adição, causa-consequência, explicação, finalidade, oposição, contrariedade, objeção etc.) para que eles expressem, realmente, o que você, autor, quer dizer.
O processo de referenciação também é muito importante nesta competência, já que uma redação bem escrita o faz através de pronomes, artigos e advérbios, o que torna o texto não repetitivo e com relações corretas de sinonímia (referente a sinônimos), antonímia (referente a antônimos), hiponímia (relação entre parte e todo), hiperonímia (relação entre um vocábulo de sentido genérico e outro de sentido específico), além do uso de expressões resumitivas, metafóricas e meta discursivas.
Os cinco níveis de desempenhos avaliados nesta competência são os seguintes:
200 pontos: recebe esta pontuação a redação que constrói uma articulação sem inadequações na utilização dos recursos coesivos. Basicamente, de acordo com o Guia do Participante ENEM 2012, para ter esta nota, o texto não pode conter nenhum desvio, já que o objetivo é demonstrar pleno domínio destes recursos.
160 pontos: recebe esta pontuação a redação que possuir poucos desvios dos recursos coesivos, ou seja, aquela que mostrar certo domínio desta competência.
120 pontos: recebe esta nota o participante que redigir uma redação com alguns desvios dos recursos coesivos e eventuais inadequações e, assim, demonstrar um domínio regular.
80 pontos: esta pontuação vai para o texto que conter muitos desvios e inadequações e, assim, demonstrar pouco domínio desta competência.
40 pontos: recebe esta nota a redação na qual o candidato articula de modo precário e/ou inadequado, com graves e frequentes desvios de coesão textual.
0 ponto: recebe 0 nesta competência o texto que apresenta informações totalmente desconexas.
Sabemos que os termos “poucos”, “alguns”, “muitos”, “frequentes” desvios são muito genéricos para se ter uma ideia real dos níveis de avaliação desta competência, mas reafirmamos que nos baseamos no que é publicado oficialmente sobre o ENEM e que estes termos são, sem dúvida, detalhados para os professores em treinamento para corretores. Por isso, o ideal é escrever buscando que a redação não possua nenhum desvio, em nenhuma competência.