sábado, 27 de setembro de 2014

Redação do Enem: há teses corretas e teses erradas?

O Enem está se aproximando e este é um bom momento para desmistificarmos algumas falácias acerca da sua prova de redação.
Uma ideia falaciosa que há muito tempo está entre alunos é a de que existem teses corretas, que devem ser colocadas em dissertações-argumentativas, e teses erradas, que devem ser evitadas. No que diz respeito ao Enem, muitos acreditam que teses que vão contra o Governo Federal não devem ser escritas, já que o exame é uma política pública de ensino e de acesso à universidade do Governo Federal.
Em vestibulares sérios e no Enem as bancas elaboradora e corretora não esperam uma determinada tese, já que qualquer opinião pode ser posta e defendida, desde que haja consonância entre a redação e a proposta e fundamentação consistente em argumentos e estratégias argumentativas.
Porém, isto não significa que toda e qualquer tese possui o mesmo peso em uma proposta de redação. Teses óbvias, pautadas no senso comum ou em preconceitos, por exemplo, não possuem um bom potencial, já que não são originais, são facilmente derrubadas e ferem os direitos humanos.
Assim, o candidato deve escolher uma tese defensável, mas que se distancie do senso comum, pois estas não demonstram uma adequada capacidade argumentativa. A tese ideal é aquela que se aprofunda no tema, desenvolvendo-o de uma maneira objetiva, mas completa; a tese ideal é aquela que explora o tema e o aproveita da melhor forma possível.
Elaborar teses a respeito de assuntos polêmicos ajuda a analisarmos e a refletirmos acerca dos nossos pontos de vista e do nosso embasamento argumentativo, já que o objetivo de uma dissertação-argumentativa é convencer o leitor.
Temas como descriminalização da maconha e demais drogas, legalização do aborto, diminuição da maioridade penal, casamento homoafetivo, racismo, preconceito religioso, estado laico etc estão em alta, principalmente neste período eleitoral, e devem ser tratados profundamente, sendo explorados em todas as suas instâncias e aspectos.
  • Você é a favor da descriminalização da maconha e demais drogas? Sim? Não? Por quê?
  • Você é a favor da legalização do aborto? Sim? Não? Por quê?
  • Você é a favor da diminuição da maioridade penal? Sim? Não? Por quê?
E por aí vai. Lembrem-se de pensar não apenas no seu principal argumento, mas também nos possíveis contra-argumentos para que haja o devido embate ideológico.

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