domingo, 14 de janeiro de 2024

Democracia relativa

 


No meio de uma confusão

Foram levado dois no camburão

Ao chegar à delegacia

O delegado um conhecia

Só o da esquerda; o da direita não.

 

- Seu delegado,

Vou lhe confessar minha inflação

Fui eu que roubei as jóias

Desviei o dinheiro

Sou um ladrão,

Tinha revólver na mão.

 O delegado respondeu:

- Que isso, amigo

Você não é bandido,

Apenas se confundiu

Tirou dinheiro do lugar

As jóias  ninguém viu.

Pode ir embora da delegacia

Aqui é só alegria.

 

O segundo preso falou:

-  Não sou  ladrão, senhor.

Tinha  ferramenta de trabalho na mão.

O delegado duro falou:

- Que isso, bandido

Você não é trabalhador

É um invasor

É anarquista,  um terrorista

É  desalmado, um  fingidor

Vai ficar preso,

E não me peça favor.

Aqui não tem alegria

Só a minha democracia.

O que é poesia?

 



Poeta, o que é a poesia, poeta?

A poesia é o olhar

 Para um belo lugar

Cedo poder respirar

O frescor da manhã                                     

 As lindas rosas beijar.

 

Em uma moldura

uma bela pintura admirar

No filme uma linda cena

Uma boa  música apreciar.

 

É a beleza do poema

Ao expressar a dor

Dor de amigo

Dor de amor.

 

O lado sem cor

Sem o cheiro da flor

É o açúcar amargo

É o desamor.