sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Os Movimentos Imigratórios em Perspectiva no Enem

Os movimentos imigratórios sempre tiveram destaque no Enem. Prova disso foi a proposta de redação em 2012, cujo tema foi “O Movimento Imigratório para o Brasil no Século XXI”. Na atualidade, vivemos um momento de intensa discussão sobre este assunto no cenário internacional, pois a Europa já atraiu, até o terceiro trimestre deste ano, mais do que dobro de imigrantes do que no mesmo período do ano passado. A maioria destes é oriunda de países pobres do Oriente Médio e África, e chegam por vias marítimas ou fronteiras não vigiadas com países vizinhos.
Dada esta temática e sua recorrência nas provas anteriores, indicamos a você, caro estudante, a leitura do artigo Os desafios da imigração na Europa. Além disso, trazemos uma questão resolvida do Enem 2014, a qual abrange conhecimentos de geopolítica relacionados ao fluxo migratório.
Enem 2014 – Caderno Amarelo – Questão 45
O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu diploma de desenhista industrial e seu alto conhecimento de inglês devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de desemprego, que supera 52% entre os que têm menos de 25 anos, o desnorteia. Ele está convencido de que seu futuro profissional não está na Espanha, como o de, pelo menos, 120 mil conterrâneos que emigraram nos últimos dois anos. O irmão dele, que é engenheiro-agrônomo, conseguiu emprego no Chile. Atualmente, Daniel participa de uma “oficina de procura de emprego” em países como Brasil, Alemanha e China. A oficina é oferecida por uma universidade espanhola.
GUILAYN, P. Na Espanha, universidade ensina a emigrar. O Globo, 17 fev. 2013 (adaptado).
A situação ilustra uma crise econômica que implica
a) valorização do trabalho fabril.
b) expansão dos recursos tecnológicos.
c) exportação de mão de obra qualificada.
d) diversificação dos mercados produtivos.
e) intensificação dos intercâmbios estudantis.
RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
Alternativa C
Atualizadíssimo o tema desta questão. Trata-se de uma inovadora pergunta que retrata o cenário macroeconômico dos últimos anos e aborda também o comportamento dos fluxos migratórios frente à crise econômica que se instala principalmente nas economias tradicionais e desenvolvidas desde 2011.
Conforme foi destacado, essa questão é inédita, tanto pelo teor do excerto utilizado quanto pela resposta correta (letra C, “exportação de mão de obra qualificada”). Geograficamente é muito rica a análise possível de se desenvolver, pois, apesar das Ciências Humanas e suas Tecnologias serem o eixo norteador dos temas do ENEM, essa é uma questão essencialmente geográfica, pois está ocorrendo neste momento. É um fato vivo, cotidiano, real.
As economias mundiais estão em crise desde 2011 em razão da lógica especulativa do mercado. Essa é a natureza da fase capitalista atual (informacional) e ciclos econômicos conjunturais como esse fazem parte de seu funcionamento. Iniciada nos Estados Unidos da América no setor imobiliário, a “quebradeira” com a desvalorização de moeda e papéis (ações) irradiou principalmente nos países da União Europeia em razão de serem os principais parceiros econômicos dos EUA. Esse reflexo arrasou a economia de países como Espanha e Grécia.
O que acontece é que, tratando de países da “Europa desenvolvida”, que é a porção ocidental, a população tem uma qualidade de vida medida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto principalmente em razão dos anos de escolaridade e baixo analfabetismo, ou seja, os europeus desta região estudam muito anos e, consequentemente, são mão de obra qualificada. Acontece que, apesar dos ótimos currículos, simplesmente não existem cargos disponíveis para absorver os trabalhadores em razão da crise, o que faz ampliar exponencialmente o desemprego (nesse caso, o desemprego conjuntural, pois se trata de uma crise econômica, algo cíclico, e não permanente). É observável que tais trabalhadores têm procurado e até imigrado para países de economias dinâmicas e emergentes, que usualmente são repulsivas para os imigrantes, pois ao longo da história apresentaram péssimos indicadores econômicos. Este é o caso do texto. Soma-se ainda a este fato a aposta de que fizeram as economias emergentes em parcerias entre si, como é o caso dos BRICS, e também a facilidade da língua, pois muitos portugueses estão vindo para o Brasil (o que facilita a barreira linguística) e espanhóis indo para ex-colônias de seu país de origem, como México e América Andina.

InfoEnem 

O professor `moderninho` x O PROFESSOR

Na escola, em um dia qualquer, na falta do material para o professor.
O professor `moderninho`: Diretora, só tem os alunos na sala?!! não consigo dar aula sem meu livro... ou sem data-show... ou sem xerox... ou sem giz... ou...
O PROFESSOR: Diretora, os alunos estão na sala? Dê-me apenas uma pedra para realizar minha aula.

JSC

Tema Redação: Excesso de Peso e Obesidade no Brasil


Com a proximidade do próximo Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – que será realizada nos dias 24 e 25 de outubro de 2015, a maioria dos candidatos fica muito preocupada e ansiosa em relação ao tema da proposta de redação e, por isso, nesta reta final, tentaremos abordar, nesta coluna, mais assuntos que podem ser temas da prova de produção escrita do Enem. Obviamente, temos de ter em mente que trata-se de uma caixinha de surpresas e, caso tenhamos abordado o tema neste espaço, ele pode ser tratado na proposta de redação sob uma outra ótica, situado em um outro contexto, sob uma perspectiva não apontada por nós etc.
O tema da coluna de hoje – excesso de peso e obesidade no Brasil – ganhou uma maior relevância na última semana de agosto com a divulgação de uma nova pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que afirma que 56,9% dos brasileiros estão acima do peso e 20,8% dos cidadãos estão obesos.
A fim de distinguir um do outro, o excesso de peso é diagnosticado quando o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) está igual ou superior a 25 quilos por metro quadrado; já a obesidade é constatada quando o resultado é maior do que 30 quilos por metro quadrado.
Excesso de peso e obesidade são assuntos que têm sido levantados há um bom tempo quando se fala em problemas de saúde pública, nutrição e preconceito no nosso país, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria estar preparado para tratar, clinicamente e por meio de cirurgias, com equipes multidisciplinares (compostas por médicos, nutricionistas, psicólogos, cirurgiões plásticos e educadores físicos), pessoas que estão acima do peso ou obesas; além disso, infelizmente, estes indivíduos são tratados como preguiçosos e não como doentes, já que obesidade é uma doença que deve ser tratada como outra qualquer, ou seja, há muito preconceito e discriminação acerca deste tema.
Pesquisa do PNS revelou que 20 dos brasileiros são obesos.
Pesquisa do PNS revelou que 20% dos brasileiros são obesos.
Recentemente os transportes públicos, como ônibus, metrôs e trens, passaram a ter assentos especiais para obesos, assim como salas de cinema e teatro, mas apenas isso não basta. Candidatos a concursos públicos já foram barrados na etapa do exame médico por estarem acima do peso, mas não por não estarem aptas ao cargo, mas por preconceito. Inclusive, crianças nestas condições são um dos maiores alvos de bullying nas escolas brasileiras.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, entrevistou e avaliou fisicamente mais de 81 mil pessoas em toda a nação no segundo semestre de 2013 e relaciona o excesso de peso e a obesidade à má nutrição e ao sedentarismo. Resumindo, seis de cada dez brasileiros adultos estão acima do peso e dois de cada dez estão obesos e o resultado se mostra cada vez pior, pois há dez anos atrás o índice de pessoas com excesso de peso era de 42,3%; já entre 2008 e 2009, a porcentagem chegou aos 50%.
Segundo a PNS, o estado do Rio Grande do Sul concentra o maior número de pessoas com excesso de peso (63,3% dos adultos acima dos 18 anos), seguido do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, todos com 60,4%.
Para o médico endocrinologista Walmir Coutinho, presidente da World Obsity Federation, se continuar assim, o Brasil poderá ter o maior número de obesos no mundo dentro de 15 anos, já que para ele trata-se de uma verdadeira epidemia. Em entrevista à página da BBC Brasil, Coutinho aponta para a ingestão de comidas e bebidas pouco ou nada saudáveis, por crianças e adultos, além do sedentarismo, como os maiores problemas em relação ao peso no país. O médico também aponta que Governo, família e escola têm responsabilidades nesta questão, já que as crianças comem o que os pais oferecerem e permitem, a escola proporciona poucas aulas de Educação Física e o Governo em relação a saúde pública.
E você, leitor, como pensa que devemos agir a fim de combatermos esta epidemia?