terça-feira, 26 de maio de 2015

Redação Enem: Criando Introdução Por Contexto Histórico

Muitas pessoas têm dificuldade em iniciar um texto. Primeiramente, precisamos entender qual é o objetivo da introdução de uma dissertação-argumentativa: ela serve para contextualizar o leitor do tema que será tratado.
Isso é necessário pois devemos escrever o texto imaginando que qualquer pessoa possa fazer sua leitura, ou seja, deve ser compreensível a todos e não apenas ao corretor. Dessa forma, não podemos supor que o leitor da dissertação tenha lido a proposta de redação anteriormente e saiba qual é o tema.
Há várias formas de contextualizar o tema para o leitor, isto é, demonstrar brevemente sobre o que dissertaremos. Podemos fazer isso definindo uma palavra-chave, citando algum pensador ou especialista, apresentando dados estatísticos, realizando comparações socioeconômicas, geográficas etc.
Mas de todas as maneiras de introduzir a redação, a contextualização histórica parece ser a “queridinha” da maioria dos estudantes. E, por isso, ela merece atenção e muito cuidado. O método condiz em explicar um fato histórico que tem alguma ligação com o tema tratado. Vejamos alguns exemplos úteis retirados do Guia do Participante do Inep.
Tema: O movimento imigratório para o Brasil no século XXI (Enem 2012)
Durante, principalmente, a década de 1980, o Brasil mostrou-se um país de emigração. Na chamada década perdida, inúmeros brasileiros deixaram o país em busca de melhores condições de vida. No século XXI, um fenômeno inverso é evidente: a chegada ao Brasil de grandes contingentes imigratórios, com indivíduos de países subdesenvolvidos latino-americanos.
(Gabriela Araujo Attie)
Tema: Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado (Enem 2011)
Devido à sua natureza social, o ser humano, durante toda a sua história, dependeu dos relacionamentos para conviver em comunidade e assim transformar o mundo. Hoje, as redes sociais na internet adquirem extrema importância, visto que são os principais meios através dos quais as pessoas se relacionam diariamente.
(Wellington Gomes de Souza)
Percebe-se, nos dois casos, que o relato histórico citado no início do texto tem relação direta com o tema que é apresentado logo a seguir. (Emigração em 1980 e imigração no século XXI; Relacionamentos em “toda a história” e redes sociais atualmente).
Portanto, sempre que realizar uma introdução por contexto histórico, atente-se se o fato histórico tem relação com o tema a ser apresentado, evitando, assim, que a introdução fique desconectada com o restante do texto ou que ocorra fuga ou tangenciamento ao tema.
Na maioria das vezes, isso acontece porque o estudante deseja mostrar conhecimento de outras disciplinas (no caso, história) para a banca avaliadora. É comum ver textos citando “Desde os primórdios”, “Na Antiguidade”, “No tempo das cavernas”, “Na Roma Antiga” etc. Evite fazer referências assim pois elas são abstratas (não específicas) e muito provavelmente não terão ligação com o tema e com seu posicionamento.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Figuras de Linguagem – Antonomásia e Perífrase


Antonomásia
Trata-se da substituição de um nome próprio (de uma pessoa, povo, cidade ou país, ser real ou ficcional) por um nome comum e vice-versa, de modo que ambos os nomes utilizados tenham uma relação lógica e inconfundível entre si. Na linguagem coloquial, geralmente o uso de apelidos representa o emprego da antonomásia. Vejamos um exemplo:
Sampa é uma das cidades com mais opções gastronômicas do Brasil.
No caso acima, há a substituição do nome próprio São Paulo por Sampa, termo coloquial que se refere à cidade.
Após diversas vitórias, o Timão volta a atender às expectativas de seus torcedores.
Neste caso, o termo Timão está substituindo o nome próprio de um time de futebol, o Corinthians. Por fim, vejamos este último caso:
Após ouvir seu advogado, o judas entregou seus comparsas.
Neste exemplo, o termo judas é empregado como um nome comum (e por isso é grafado com letra inicial minúscula), substituindo o termo traidor. Aqui, a relação de substituição entre as palavras se dá por uma característica conhecida do personagem histórico Judas: o ato de traição para com Jesus.

Perífrase

Trata-se da figura de linguagem que substitui um termo único por uma sequência de palavras, por uma locução que o define e parafraseia. Coloquialmente, podemos dizer que se trata de uma “enrolação” para dizer algo que poderia ser expresso de modo mais conciso. Vejamos dois exemplos:
A exploração das camadas pré-sal promete revelar grandes bolsões de ouro negro.
Acima, a sequência de palavras ouro negro visa substituir o termo único petróleo.
Comerciantes do centro de São Paulo alertam sobre os prejuízos causados pelos amigos do alheio.
Neste caso, a expressão amigos do alheio, muito utilizada no início do período da República, visa substituir o termoladrões.
Como o leitor deve ter notado, algumas construções tornam possível a ocorrência simultânea de antonomásia e perífrase. Veja o exemplo abaixo:
A Terra da Garoa foi eternizada nas canções de Adoniran Barbosa.
Temos que Terra da Garoa, ao mesmo tempo em que substitui o nome próprio São Paulo, faz isto a partir de uma perífrase, pois aqui utilizamos uma sequência de palavras para fazermos alusão à cidade. O mesmo ocorre na oração “ACidade Maravilhosa continua linda”, porém desta vez substituímos Rio de Janeiro, um nome próprio, pela sequência de palavras Cidade Maravilhosa.

InfoEnem.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Palavras homófonas em inglês

Hoje vamos estudar umas palavras homófonas, ou seja, palavras que são pronunciadas igual, mas têm significados diferentes e se escrevem de maneira diferente.

Let’s start with some very basic ones: “I” and “eye”.

“I” is the first person singular subject pronoun.

For example,

I live in Barcelona.
(Eu) moro em Barcelona.

We use our eyes to see.

For example,

I like your eye colour.
Gosto da cor dos teus olhos.

Let’s take a look at some more words and try to remember them to avoid confusion.

“ate” is the past simple form of the verb “to eat”.

Here is an example with “ate”:

We ate pizza for dinner last night.
Ontem à noite jantamos pizza.

“ate” is pronounced in the same way as “eight” (8).

Here’s an example with the word “eight”:

I have eight cousins.
Tenho oito primos.

“it’s” is the contraction of “it is” and “it has”.

It’s (=It is) sunny today.
Hoje faz sol.

It’s (=It has) been sunny all week.
Tem feito sol toda a semana.

“its” is a possessive pronoun.

The dog ate its food.
O cachorro comeu sua comida.

“to hear” is a verb which means “to perceive sound by the ear” while “here” is an adverb of place meaning “in or towards this place”.

Look at an example of each word:

I cannot hear you. Please speak louder.
Não te oiço. Fala mais alto, por favor.

Come here please!
Venha aqui, por favor!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Redação no Enem: Obediência ao Recorte Temático


Das cinco competências avaliadas na correção da prova de redação do Enem, a segunda e a terceira são intimamente ligadas, pois dizem respeito ao modo como o candidato escreve o seu texto e, assim, podemos dizer que essas competências avaliam holisticamente, ou seja, analisam a qualidade com que a redação foi escrita.
A segunda competência, além de verificar se o candidato domina a estrutura composicional da dissertação-argumentativa, também analisa se ele compreendeu a proposta de redação e aplicou conceitos de várias áreas do conhecimento a fim de desenvolver o tema. Compreender a proposta de redação significa compreender o tema proposto e identificar o recorte temático estabelecido pela coletânea de textos motivadores. Em provas de produção textual, não só do Enem, mas dos demais vestibulares e concursos, esse é o primeiro passo para se sair bem.
Já a terceira competência da grade de correção do Enem avalia como o candidato selecionou, relacionou, organizou e interpretou informações, fatos, opiniões e argumentos (e quais foram esses dados) em defesa de um ponto de vista e um dos critérios que norteiam essa competência é a proximidade desses elementos com a coletânea de textos motivadores.
Para a banca elaboradora da proposta de redação do Enem, os textos da coletânea são chamados de “motivadores” porque possuem o papel de apresentar o tema ao candidato e de inspirá-lo e motivá-lo e, assim, textos muito presos à coletânea, limitados aos seus textos, não atingem a autonomia e a autoria, já que não são textos singulares.
Deste modo, é de fundamental importância o candidato ao Enem e aos demais vestibulares entender que deve-se cumprir o tema da proposta de redação, obedecendo o recorte temático estabelecido pela coletânea de textos motivadores, mas não os copiando nem extrapolando seus limites. Muitas pessoas pensam que não se prender aos textos motivadores significa ir além do que a proposta contempla, o que não é verdade. A coletânea deve servir de inspiração, mas não deve-se abordar aspectos que ela não aborda.
Podemos ter como exemplo uma proposta de redação que tenha como tema a gravidez na adolescência cuja coletânea contemple as estatísticas de meninas adolescentes que engravidam ao longo de um determinado período de tempo, o contexto social e familiar desses jovens, as consequências na vida escolar dos jovens pais (principalmente da mãe), o impacto psicológico sofrido, a reação dos garotos que tornam-se pais e como eles reagem a esse novo papel e como as jovens mães se veem nessa nova função até então praticada apenas na brincadeira, com bonecas.
O candidato que, diante dessa proposta de redação e desse recorte temático, escrever uma dissertação-argumentativa que aborde, quase que exclusivamente, as adolescentes que abortam no mínimo tangenciou o tema e corre o sério risco de ser avaliado como um candidato que fugiu ao tema, já que nenhum texto motivador aborda a questão do aborto. Obviamente é um aspecto que pode ser levado em consideração e discutido em um parágrafo que trate das possíveis consequências e saídas encontradas pelas jovens que engravidam, mas não como fio condutor de todo um texto.
Com este exemplo, esperamos ter deixado a questão da obediência ao recorte temático da proposta de redação mais clara a fim de ajudar os candidatos ao Enem a cumprirem o tema em sua totalidade.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Dica de Organização de Tempo: Conheça a Técnica Pomodoro

Basicamente, a técnica propõe a divisão de uma tarefa de modo que ela possa ser cumprida em ciclos de 25 minutos, durante os quais se trabalha sem interrupções, e que são seguidos de intervalos de 5 minutos de descanso.
Eis um exemplo: vamos supor que você precise fazer uma redação sobre o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil”. Utilizando-se da técnica do Pomodoro, primeiramente você deve remover todas as distrações do ambiente – como televisão, conversas no Facebook ou em aplicativos de celular. A seguir, basta marcar um intervalo de 25 minutos, o que pode ser feito criando-se um alarme no celular ou utilizando-se um timer de cozinha. Quando o tempo começar a correr, concentre-se na atividade que você se propôs a fazer, o que, seguindo nosso exemplo, corresponde a esboçar e planejar o que será escrito em sua redação, conferindo-lhe estrutura. Assim que o tempo acabar, faça uma pausa de cinco minutos para, logo em seguida, iniciar outro ciclo de 25 minutos de trabalho ininterrupto, repetindo este processo até que tarefa seja concluída.
Nestes pequenos intervalos, procure realizar tarefas prazerosas, como ver um vídeo, tomar um café ou comer um chocolate. Caso você passe longos períodos de tempo estudando, o intervalo pode ser usado para fazer exercícios de alongamento ou de relaxamento. Vale ressaltar que o tempo do ciclo, bem como o de intervalo, pode e deve ser ajustado de acordo com as preferências de cada pessoa. Para experimentar esta técnica, inicie com os tempos sugeridos aqui e vá, pouco a pouco, testando novas combinações.

Fonte: http://mel-meow.com/uma-longa-noite-aprendendo/
                                         Fonte: http://mel-meow.com/uma-longa-noite-aprendendo/


Infoenem

domingo, 17 de maio de 2015

Enem - Conteúdos

  • 1. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 
  • Estudo do texto 
  • Estudo das práticas corporais
  • Produção e recepção de textos artísticos 
  • Estudo do texto literário 
  • Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes textos 
  • Estudo do texto argumentativo, seus gêneros e recursos linguísticos 
  • Estudo dos aspectos linguísticos da língua portuguesa 
  • Estudo dos gêneros digitais

  • 2. Matemática e suas Tecnologias 
  • Conhecimentos numéricos
  • Conhecimentos geométricos 
  • Conhecimentos de estatística e probabilidade 
  • Conhecimentos algébricos
  • Conhecimentos algébricos/geométricos

  • 3. Ciências da Natureza e suas Tecnologias 
  • 3.1 Física 
  • Conhecimentos básicos e fundamentais 
  • O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas 
  • Energia, trabalho e potência
  • A mecânica e o funcionamento do universo 
  • Fenômenos elétricos e magnéticos 
  • Oscilações, ondas, óptica e radiação 
  • O calor e os fenômenos térmicos
  • 3.2 Química 
  • Transformações químicas 
  • Representação das transformações químicas 
  • constante de Avogadro. Cálculos estequiométricos. 
  • Materiais, suas propriedades e usos 
  • Água 
  • Transformações químicas e energia 
  • Dinâmica das transformações químicas
  • Transformação química e equilíbrio 
  • Compostos de carbono 
  • Relações da Química com as tecnologias, a sociedade e o meio ambiente 
  • Energias químicas no cotidiano 

  • 3.3 Biologia 
  • Moléculas, células e tecidos 
  • Hereditariedade e diversidade da 
  • Identidade dos seres vivos 
  • Ecologia e ciências 
  • Origem e evolução da vida 
  • Qualidade de vida das populações humanas 

  • 4. Ciências Humanas e suas Tecnologias 
  • Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade 
  • Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação do Estado - 
  • Características e transformações das estruturas produtivas 
  • Os domínios naturais e a relação do ser humano com o ambiente 
  • Representação espacial
  • quinta-feira, 14 de maio de 2015

    10 técnicas de estudo de acordo com sua real eficiência, segundo a ciência

    10. Grifar

    A técnica mais usada de todos os tempos, talvez pela sua facilidade, já que é só passar o marca texto e pronto, o conteúdo já foi “todo arquivado na cabeça”.
    Porém, foi a técnica que apresentou menor eficácia na assimilação de conteúdo, pois como não requer quase nenhum esforço, o cérebro não reconhece a importância da atividade e não grava nada só porque tá colorido.

    9. Releitura

    Para essa técnica surtir efeito é necessário que a releitura seja feita imediatamente após a primeira leitura do conteúdo, caso contrario, em nada vai ajudar no seu desempenho.

    8. Mnemônica

    Essa técnica é bastante utilizada nas matérias de química, física e matemática. Consiste em fazer aquelas musiquinhas ou frases de efeitos para decorar o conteúdo.

    O problema dessa técnica é que o assunto deve ser revisado antes da prova, pois ela depende exclusivamente da memória a curto prazo. Agora imagina você que fez mil músicas com o conteúdo e mistura todas, sem saber onde fica cada verso da canção.

    7. Associação por imagens

    Fazer tabelas, mapas, infográficos mentais nem sempre são eficientes. De acordo com o estudo, esse engessamento do conteúdo corta a criatividade dos alunos, o que pode fazer falta durante a prova, pois em muitas situações terá que analisar casos hipotéticos.

    6. Resumos

    Produzir resumos é uma das atividades preferidas dos estudantes e do SOS Solteiros, mas o estudo afirmou que essa técnica é pouco eficaz para melhorar o entendimento da matéria estudada. Porém, a técnica se mostrou com bom desempenho nas provas discursivas, mas para os alunos que fizeram provas objetivas, quase que não se teve proveito.

    5. Interrogar-se

    Durante provas discursivas às vezes  é muito comum dar aquele famoso branco na mente. Para evitar isto, utilize-se do “por quê?” durante as horas de estudo.
    Sempre que se deparar com algum fato que achar importante, interrogue-se, procure saber as causas e os efeitos. Durante essa pesquisa o seu cérebro fará maior esforço para se concentrar e guardar as informações.

    4. Auto-explicação

    O negócio é ser seu próprio professor. Diante de um espelho você pode ler em voz alta e explicar os assuntos para você mesmo, importante lembrar de usar a entonação para indicar os assuntos mais relevantes. É importante também que você use as próprias palavras na hora da explicação.

    3. Intercalar matérias

    Não adianta tirar o dia pra estudar uma matéria só, o cérebro rapidamente vai se cansar e querer mudar de assunto. Para continuar concentrado o ideal é dividir suas horas de estudos para matérias diferente, se você tem 6 horas por dia, tente transitar por 3 ou 4 matérias.

    2. Distribuir a prática

    Nada de deixar tudo pra véspera da prova. O estudo comprovou que distribuir o conteúdo durante os dias da semana é muito mais eficaz do que decorar tudo algumas horas antes.
    Além disso, a pesquisa enfatizou que você precisa estudar de 10% a 20% do tempo que você precisa para manter o assunto na cabeça. Ou seja, você precisa lembrar de uma matéria por 5 anos, estude ela a cada 6 meses.

    1. Praticar testes

    Essa técnica consiste em fazer provas, resolver questões, lidar na prática com o que pode ser encarado na hora do vâmo-vê. Familiarizar-se em resolver questões dará mais habilidade na hora da prova.

    Uol.com

    segunda-feira, 11 de maio de 2015

    Figuras de Linguagem – Eufemismo, Hipérbole e Gradação


    Assim como a antítese e paradoxo, as figuras de linguagem eufemismo, hipérbole e gradação também podem ser estudadas em conjunto por haver uma relação de sentido entre elas, o que facilita a compreensão de seus significados.
    Vamos, primeiramente, analisar como figura separadamente.

    Eufemismo

    Tem a função de atenuar, ou seja, amenizar uma determinada mensagem. No dia-a-dia, fazemos isso principalmente quando comunicamos algo ruim. Por exemplo, são famosas as expressões “Ele descansou” ou “Virou um anjo ou uma estrela” para dizer que alguém faleceu. Isso porque a morte é um assunto delicado de se tratar diretamente. Assim como a mentira pode ser substituída pela expressão “faltar com a verdade”.

    Hipérbole

    Trata-se da figura contrária ao eufemismo. Se eufemismo ameniza uma ideia, a hipérbole exagera. É só reparar no nome:HIPER-bole. Aquilo que é hiper é grande. Quando dizemos, por exemplo, que “estamos morrendo de fome”, realmente não vamos morrer em alguns minutos por estar passando fome. Ou seja, essa é uma expressão que exagera a realidade, assim como “tinha um mar de gente” para dizer que estava lotado ou “chorei litros assistindo aquele filme” para afirmar que chorou bastante.
    Agora que já entendemos essas figuras e podemos assimilar a oposição existente entre elas, fica mais fácil compreender a última figura (gradação), que utiliza uma das anteriores (eufemismo ou hipérbole).

    Gradação

    Consiste na figura que utiliza uma sequência de palavras de maneira gradativa, dentro de uma mesma ideia. Para entender o que é gradativo, pense numa escala de vários tons de cinza. Em um extremo, teremos um tom mais claro de cinza, próximo do branco. No extremo oposto, encontramos um tom mais escuro de cinza, próximo do preto.
    Agora podemos mentalmente substituir o branco e o preto da escala de cinzas pelas figuras eufemismo e hipérbole. Na gradação, a sequência de palavras podem ir se amenizando (se tornando uma a uma mais eufêmica) ou ir se exagerando (se tornando uma a uma mais hiperbólica). Vejamos exemplos para tornar mais claro:
    De repente o problema se tornou menos alarmante, ficou menor, um grão, um cisco, um quase nada.
    Nesse caso, as palavras, em relação a seus significados, vão diminuindo gradativamente.
    Isso é igual em todo lugar: aqui, ali, na esquina, em outro país, do outro lado do mundo.
    Já nessa frase, a gradação acontece de maneira progressiva, já que a cada palavra, aumenta-se a distância.
    Dessa forma, percebe-se que na gradação temos a presença do eufemismo ou da hipérbole e que essas últimas são opostas.

    InfoEnem

    sexta-feira, 8 de maio de 2015

    O Uso da 1ª Pessoa no Singular na Redação do Enem


    interlocução em dissertações-argumentativas (tipo textual requerido pela proposta de redação do Enem e de demais vestibulares e concursos) já foi tema desta coluna mais de uma vez (veja aqui), mas como é uma dúvida recorrente entre as mensagens que os leitores enviam a nós, resolvemos retomá-lo.
    Inúmeras discussões são realizadas entre professores de Língua Portuguesa do ensino básico e docentes universitários das áreas de língua e linguagem acerca do uso da 1ª pessoa do singular (eu) em dissertações-argumentativas, mas a verdade é que a maioria das grades de correção dos vestibulares que pedem esse tipo textual condenam, digamos assim, a interlocução marcada entre autor e leitor em dissertações-argumentativas.
    Diferentemente da situação de produção de um texto que circula nas esferas sociais, com autor, motivação, objetivos e público-alvo específicos, a situação de produção de uma dissertação-argumentativa é uma situação simulada, ficcionalizada, pois trata-se de um tipo textual exclusivo da esfera escolar na qual um contexto e um tema precisam ser criados a fim de se cumprir uma proposta de redação também simulada. Toda essa simulação é necessária porque não há uma real motivação, exceto pedagógica e avaliativa, para se escrever uma dissertação-argumentativa.
    Como há esse deslocamento de uma situação de produção real na qual há uma verdadeira motivação (como escrever uma carta de leitor para um jornal, um relatório para a empresa, uma carta aberta para alguma autoridade, um resumo para um professor, uma entrevista para uma revista etc) para uma situação avaliativa de uma prova, como é o caso do Enem,deve-se evitar o uso da 1ª primeira do singular, o uso do imperativo (ordem) e também deve ser evitada a referência da coletânea de textos motivadores e da proposta de redação em si, já que devemos nos colocar como autores que possuem a voz do bom senso e da razão que objetivam convencer um leitor que representa um leitor universal (também simulado), ou seja, qualquer pessoa que é alfabetizada.
    Assim, devemos evitar o uso da 1ª pessoa do singular e do imperativo para não estabelecermos uma interlocução com o nosso leitor. Outras marcas que devem ser evitadas pela mesma razão são as de 2ª pessoa do singular (você, seu, sua, teu, tua etc) e do plural (vocês, seus, suas, teus, tuas etc).
    Além disso, já que devemos imaginar um leitor universal para as nossas dissertações-argumentativas, não podemos pressupor que ele conhece a coletânea de textos motivadores e a proposta de redação em si e, assim, devemos evitar escrever, por exemplo: “segundo o texto um da coletânea” e “de acordo com a coletânea de textos motivadores”.

    InfoEnem

    terça-feira, 5 de maio de 2015

    Dica de Redação: Memorização e Aprendizagem


    O segundo dia de provas do Enem contém 90 questões de Linguagens e Matemática mais a redação. Muitos alunos questionam se é recomendado fazer a redação antes ou depois das questões, ou seja, no início ou final do exame.
    Nós temos uma técnica para sugerir aos estudantes, a qual pode ser treinada estudando em casa e até mesmo em simulados para saber se será proveitosa para si, já que isso é bastante subjetivo, alternando de pessoa para pessoa.
    A estratégia se baseia em realizar o segundo dia de provas na seguinte ordem:
    1. Ler a proposta de redação
    2. Realizar um esboço (planejamento) da redação
    3. Escrever o texto no rascunho
    4. Resolver as questões
    5. Reler a redação do rascunho
    6. Corrigir possíveis erros e fazer adaptações necessárias
    7. Passar a redação a limpo na folha definitiva
    8. Terminar questões pendentes e preencher o gabarito
    Essa técnica tem como pressuposto alguns conhecimentos da neurociência sobre como nossa memória funciona. Em umartigo da Revista Escola são explicados os resultados de algumas pesquisas sobre memorização e como isso é interpretado por teóricos da área de aprendizagem.
    Aplicando isso à técnica proposta para realização da redação nas provas, temos que 1 a 3 são processos de criação, nos quais aquilo que foi escrito ainda está “fresco” na memória. Dessa forma, ao reler algo que acabou de ser escrito, é possível que você não revise o que realmente está escrito mas sim aquilo que você pensa ter escrito, aquilo que está em sua mente. Fica difícil, assim, identificar seus próprios erros.
    Após os passos 4 e 5, sua mente já limpou o processo de criação, já que não se lembra claramente do que escreveu. Fica mais fácil, agora, iniciar a fase de correção e aperfeiçoamento da redação descritos nas etapas de 5 a 7.
    Coloque essa técnica em prática treinando em casa a realização de dissertações. Substitua a etapa intermediária (Processo 4) por qualquer outra atividade que o distrai do seu texto por, pelo menos, uma hora. Leia outra coisa, faça exercícios ou simplesmente descanse antes de reler novamente sua redação. Esperamos que isso o ajude a identificar mais seus erros para finalizar o desenvolvimento do texto da melhor maneira possível, eliminando “erros bobos”.

    domingo, 3 de maio de 2015

    Figuras de Linguagem – Diferença entre Antítese e Paradoxo


    As figuras de linguagem são recursos linguísticos utilizados para aumentar a expressividade da mensagem transmitida em um texto. Existem muitas figuras de linguagem, sendo que algumas são mais cobradas nos vestibulares e no ENEM, principalmente na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias.
    Há algumas figuras de linguagem bem próximas quanto a seu significado ou uso, o que costuma causar bastante confusão entre os alunos, surgindo erros de interpretação. Levando isso em conta, vamos apresentar as principais figuras que têm semelhanças e costumam causar dúvidas, através da aproximação delas e discutindo suas principais diferenças. Para iniciar, vamos hoje entender a diferença entre antítese e paradoxo.
    Antítese é a aproximação de duas palavras de sentidos opostos, ou seja, na mesma frase ou verso serão usadas duas palavras de sentidos contrários. Para ficar mais claro, vejamos exemplos:
    “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. Cazuza
    “Onde queres bandido sou herói.” Caetano Veloso
    “Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio.” Renato Russo
    “Do riso se fez o pranto” Vinícius de Moraes
    Observe que em todas essas frases (ou versos) estão presentes duplas de palavras opostas. O mais importante aqui é observar que, apesar de opostas, a situação descrita é possível.
    Em “Onde queres bandido sou herói.”, o personagem não é bandido e herói ao mesmo tempo. Espera-se, por uma segunda pessoa, que ele seja bandido. Entretanto, há uma quebra de expectativa quando, na verdade, ele é herói.
    E assim por diante. Em “meu corpo é quente e estou sentindo frio.”, isso é possível em caso de febre. “Do riso se fez o pranto” mostra que não se sorrio e chorou ao mesmo tempo, mas que a partir do riso, iniciou-se um pranto. Entender isso é essencial para perceber a diferença entre antítese e paradoxo.
    Paradoxo ocorre quando a aproximação de palavras opostas causa uma incoerência, uma contradição. Ou seja, quando não é possível ter as duas oposições naquele determinado contexto. Observe:
    “Mas que seja infinito enquanto dure” Vinícius de Moraes
    “O mito é o nada que é tudo.” Fernando Pessoa
    “Estou cego e vejo” Carlos Drummond de Andrade
    “É ferida que dói e não se sente” Camões
    Note que doer é uma sensação do tato. Logo, é impossível sentir a dor e não sentir nada ao mesmo tempo. Assim como enquanto dure traz a ideia de finitude e é impossível ver sendo cego, etc. Portanto, tanto em antítese quanto em paradoxo há a aproximação de duas palavras de sentidos contrários. Porém, apenas no paradoxo há contradição envolvida.
    Dessa forma, sempre que quiser diferenciar essas duas figuras de linguagem, basta observar, dentro do contexto que as palavras opostas estão inseridas, se há contradição envolvida.