No calabouço da alma,
Com medo da sombra
Que assombra.
Cadeado trancado,
Preso no próprio corpo,
De ideia oco;
Nada resta,
No final do poço,
Além de osso.
JSC
-Use todas as letras maiúsculas:
-Com mais de três letras, formando sílabas: use só a inicial é maiúscula, como Unicamp, Embrapa, Unesco, Detran
Mais duas recomendações: em nenhum dos casos acima se emprega ponto e as siglas podem ser pluralizadas. No caso de plural, nada de imitar o caso genitivo da língua inglesa (não se lembra dele? É aquele caso que indica posse, no Inglês): não se usa apóstrofe, apenas o acréscimo da desinência ‘s’ de plural: PMs, DSTs, CDs, DVDs.
Agora, vejamos a questão das abreviações.
A abreviação, diferentemente da sigla, consiste em escrever de forma reduzida algumas palavras e expressões e encerrá-la com um ponto. Se a sílaba seguinte for iniciada por duas consoantes, ambas serão escritas e os acentos ou hífen da palavra original devem ser mantidos
Regra geral: escreva a primeira sílaba e a primeira letra da sílaba seguinte: tel. (telefone); cel. (celular); com.(comercial); séc. (século); pess. (pessoa); dec.-lei (decreto-lei).
E, como não poderia deixar de ser, lá vêm as exceções:
Em tempo: o título Professor é abreviado seguindo-se a regra geral, portanto paramos no ‘f’ e encerramos com um ponto: Prof. e o feminino tem o acréscimo da desinência ‘a’: Profª. Pelo amor de todas as divindades, NÃO COLOQUE ‘O’ na abreviação de ‘professor’!!!
É claro que há muitas palavras que são empregadas na forma abreviadas e, igualmente, há muitas exceções, o que me leva a lembrar a você, leitor ávido por conhecimentos, que o dicionário é um aliado imbatível no caso de dúvidas neste assunto. Você pode recorrer também ao VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), que tem uma versão online, no sítio da Academia Brasileira de Letras (www.academia.org.br).
|
A partir da leitura do artigo da semana passada, alguns alunos me questionaram sobre essas expressões:
Bem… não exatamente. É fato que quando estabelecemos a relação de comparação com os adjetivos bom e mau, devemos usar as formas sintéticas melhor e pior, assim:
-Esta série é boa, é melhor que a anterior.
Ou
-Este show está ruim, está pior que o do ano passado.
Coincidentemente, as formas comparativas dos advérbios bem e mal são, também, melhor e pior, como vemos nas frases abaixo:
-Eu fui bem nas provas, mas meus concorrentes foram melhor.
Ou
-Ele foi mal nas provas, mas seus concorrentes foram pior.
Nessas duas frases bem e mal funcionam como advérbios de modo e têm uma forma sintética de comparação na segunda oração.
As coisas mudam quando temos uma estrutura composta por um verbo no particípio (lembram-se? Particípio é a forma nominal dos verbos, terminado em –ado e –ido, nos casos de verbos regulares, como cantado, vendido, partido, que podem funcionar como adjetivos).
Essas formas podem ser modificadas pelos advérbios bem e mal, como em bem-vestido, mal-humorado, bem-educado, mal redigido (às vezes com hífen quando funciona como adjetivo, às vezes sem, quando funciona como verbo).
Vejamos:
-Aquela redação foi mal redigida.
-Nessa frase, mal funciona como advérbio de modo, modificando o verbo redigida.
Tudo bem até aqui?
Agora vamos estabelecer uma comparação entre os modos. Para facilitar a visualização, vou lançar mão de ferramentas da Matemática (lembram-se do trabalho com expressões?):
-Aquela redação foi (mal redigida).
(mal redigida) tornou-se um conjunto só, expressando o modo como a redação foi feita. Agora, vamos comparar esse “conjunto”, com outra redação:
-Aquela redação foi mais (mal redigida) do que esta.
Nesse caso, temos o advérbio mais intensificando a ideia do conjunto ‘mal redigida’. É diferente de termos simplesmente ‘mais mal’ = ‘pior’.
Resumindo: se tivermos estruturas com particípio, usaremos “mais bem” + particípio ou “mais mal”+ particípio. Se a comparação for apenas entre ‘bem’ ou ‘mal’, usaremos as formas sintéticas ‘melhor’ ou ‘pior’. Vejam mais exemplos:
-Este quadro está mais bem pintado do que aquele.
-Meu irmão é mais bem-humorado do que eu.
Mas,
-Ele fala bem, fala melhor do que escreve.
-Ele representa mal, atua pior do que o outro ator.
InfoEnem
|
Na escola, estudamos gramática. Não é comum ouvirmos falar em “gramáticas”, mas a verdade é que existe, sim, mais do que uma! Já ouviu falar em gramática normativa e gramática descritiva? Vamos ver quem são elas e quais as diferenças que as caracterizam.
Antes, confira um trecho da obra Sítio do Picapau Amarelo, do Monteiro Lobato, para introduzir tal discussão.
No trecho, podemos analisar duas definições de gramática. A primeira é a que Narizinho diz que não admite certo tipo de fala e considera-o um erro. A segunda é a que Dona Benta diz que deve se adequar aos falantes. Pois bem, a gramática de Narizinho é a gramática normativa; a de Dona Benta, a gramática descritiva.
Normativo vem de norma. Isso é, a gramática normativa é aquela que aprendemos na escola como sendo a norma culta da Língua, e é utilizada na modalidade escrita formal.
Já a gramática descritiva tem como preocupação registrar a língua como ela realmente é falada. Isso não significa que ela não tenha regras ou que seja errada. Não existe linguagem certa ou errada. Existem erros dentro de uma certa convenção linguística, o que é diferente.
Como Dona Benta sugere, a língua sofre modificações em sua fala de acordo com o tempo e contexto social em que vivemos. E realmente, a gramática normativa tende a ir se modificando e se adequando à linguagem descritiva. A função da gramática descritiva é identificar todas as formas de expressão existentes e compreender quando, onde e por quem são produzidas, ou seja, realizar um estudo sociolinguístico.
O importante, para nós falantes e escritores, é identificar o contexto de nossas falas e registros para saber quando devemos usar a gramática normativa ou a descritiva.
|