A
verossimilhança – qualidade do que é verossímil, isto é, verdadeiro,
possível, plausível; o que possui ligação, nexo, harmonia; coerência – é
um aspecto de fundamental importância na literatura em geral (com
exceção da ficção científica e da literatura fantástica por serem
gêneros que exploram, justamente, o inimaginável e, portanto, possuem
licença poética para tal; porém, é importante enfatizar que mesmo entre
elementos fantásticos é necessário haver verossimilhança) e nos textos
que aprendemos na esfera escolar – tipos e gêneros – pois o que
escrevemos deve ser possível, plausível e ter nexo, ou seja, sentido
para o leitor.
A coerência, portanto, não deve
ser uma preocupação apenas em relação ao interior da redação – coerência
interna, isto é, entre as partes e os parágrafos do texto – mas também
em relação ao mundo exterior, a qual chamamos de coerência externa.
Em narrativas, devemos tomar
cuidado ao desenvolvermos os acontecimentos da história e as atitudes
dos personagens; por exemplo, caso seja narrado algo que aconteceu na
década de 1950, todo o texto deve ser coerente com esta época. O mesmo
vale para histórias narradas nos dias atuais. Certa vez, um aluno
escreveu em sua narrativa que “a mulher levou o filho ao hospital SUS
para ele ser atendido”; pelo visto, este estudante não sabia que SUS é o
Sistema Único de Saúde do Governo Federal e não um único hospital que
chama-se SUS. Além de ser inverossímil, esta afirmação mostra o quanto
este aluno não conhece o sistema público de saúde brasileiro.
Já em
dissertações-argumentativas, como é o caso do Enem, a verossimilhança
deve também estar presente em toda a redação, desde as estratégias
argumentativas (exemplos, dados, números etc) até os argumentos em si.
Construir a argumentação em cima de afirmações falsas ou inverossímeis é
prejudicial a todo o texto, pois este fica sem credibilidade.
Na prova de redação específica
do Enem, a verossimilhança também deve ser uma preocupação no momento de
elaborar a proposta de intervenção social, já que esta deve ser algo
plausível, praticável e possível. Escrever uma solução impraticável em
todos os sentidos demonstra uma incapacidade do candidato de pensar em
algo que possa, realmente, ser realizado e obter resultados positivos.
Além de verossímil, a proposta de intervenção social deve respeitar os
direitos humanos; não adianta nada ser algo possível se não for
plausível perante a ética.
InfoEnem
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