Precisamos
estabelecer as diferenças que demarcam o eu poético e o autor, haja vista que o
primeiro foi criado para expressar as ideias do segundo.
O texto poético deve apresentar características indispensáveis, tais
como: subjetividade, emoção, lirismo, entre outras. Partindo desse princípio,
levantamos um questionamento que se mostra relevante: haveria um ponto de
contato, uma semelhança, enfim, uma afinidade, entre quem escreve (no caso, o
autor) e o enunciador de um poema, ou seja, a voz que fala, que se expressa
dentre desse?
Assim,
analisemos as palavras de um renomado crítico, Yves Stalloni, fazendo
referência à concepção do eu lírico:
[...] O lirismo é a emanação de um eu – que o
romantismo gostava de confundir com a pessoa do poeta, mas que pode se apagar
por detrás de uma de suas personagens.
STALLONI, Yves. Os gêneros
literários. Rio de Janeiro: Difel, 2001, p. 151.
Por meio delas, dá-se a entender que não podemos
confundir tais elementos, haja vista que autor é quem cria, notadamente, e o eu
poético representa um ser criado para expressar as emoções intuídas pela
autoria do poema.
Quando lemos uma poesia, além de
sabermos que se trata de um texto diferente daqueles que contêm início, meio e
fim, damos atenção a outros detalhes e nos perguntamos se toda aquela emoção
expressa pelas palavras é constituída pelo próprio autor ou se pertence a outra
pessoa.
Quando falamos “eu poético” estamos
nos referindo à voz que se expressa dentro do poema, ou seja, aquela voz
responsável por nos transmitir sentimentos e emoções.
O
eu poético é a voz que fala, que expressa sentimentos dentro do poema; e autor
é quem o cria.
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