sábado, 20 de abril de 2013

O EU POÉTICO

Precisamos estabelecer as diferenças que demarcam o eu poético e o autor, haja vista que o primeiro foi criado para expressar as ideias do segundo.
O texto poético deve apresentar características indispensáveis, tais como: subjetividade, emoção, lirismo, entre outras. Partindo desse princípio, levantamos um questionamento que se mostra relevante: haveria um ponto de contato, uma semelhança, enfim, uma afinidade, entre quem escreve (no caso, o autor) e o enunciador de um poema, ou seja, a voz que fala, que se expressa dentre desse?
Assim, analisemos as palavras de um renomado crítico, Yves Stalloni, fazendo referência à concepção do eu lírico:
[...] O lirismo é a emanação de um eu – que o romantismo gostava de confundir com a pessoa do poeta, mas que pode se apagar por detrás de uma de suas personagens. 
STALLONI, Yves. Os gêneros literários. Rio de Janeiro: Difel, 2001, p. 151.
Por meio delas, dá-se a entender que não podemos confundir tais elementos, haja vista que autor é quem cria, notadamente, e o eu poético representa um ser criado para expressar as emoções intuídas pela autoria do poema.
Quando lemos uma poesia, além de sabermos que se trata de um texto diferente daqueles que contêm início, meio e fim, damos atenção a outros detalhes e nos perguntamos se toda aquela emoção expressa pelas palavras é constituída pelo próprio autor ou se pertence a outra pessoa.
Quando falamos “eu poético” estamos nos referindo à voz que se expressa dentro do poema, ou seja, aquela voz responsável por nos transmitir sentimentos e emoções. 
 O eu poético é a voz que fala, que expressa sentimentos dentro do poema; e autor é quem o cria.

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